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Seu Aldo segura a primeira camisa tricolor: combinação única de tons e cores | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Seu Aldo segura a primeira camisa tricolor: combinação única de tons e cores| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

O aposentado Aldo Evaristo Fer­­nandes, 73 anos, entrou na trajetória paranista graças à malharia que administrava no início de 1990. Foi ele o responsável pelo uniforme número 1 do clube, usado apenas nas primeiras partidas.

A poucos dias para a estreia do novo time, em 4/2/90, o então conselheiro acertou com o presidente tricolor Aramis Tissot a confecção da camisa. Restavam menos de duas semanas para a equipe entrar em campo – e o seu Aldo mostrou competência.

"Nunca vou me esquecer. Che­garam para mim e pediram o ma­terial com azul pantone 208 e pantone red 186. Ocorre que essas tonalidades só ficam vivas no papel, em pano é difícil. Mas eram as cores estatutárias, tinham de ser respeitadas", abre ele, que chegou a disputar a presidência do Co­­lo­­rado, seis anos antes.

A saga só começava. "Na época, chovia muito no Sul do Brasil. Em todo canto havia enchente. Como achei que deveria caprichar e fazer exatamente como o clube me pediu, decidi acertar as cores em laboratório, na Sulfabril, em Blumenau, Santa Catarina. Depois, fui até a cidade de Taió, onde seria feita a confecção. Porém, o Rio Itajaí transbordou e a tinturaria deu férias aos empregados. Terminei em Itapema. Uma loucura. Cheguei a andar de barco para entregar a encomenda no prazo", conta.

Serviço feito, o mentor da única (ele garante) camiseta dentro das normas do clube cobrou pela encomenda, claro. "Até poderia fazer de graça, mas me pediram muitas. Pior que não tenho nenhuma guardada em casa", lamenta.

As meias ele comprou na extinta loja Fedato. O calção era todo branco, então foi fácil também de conseguir no comércio especializado da cidade. "Era ruim, mas deu conta", admite.

Seu Aldo não tinha noção daquele momento. "Olha, verdade... Mas o melhor, sabe, é ver que ainda existe nas ruas a camisa que eu produzi. Outro dia, vi uma moça no bairro Cristo Rei trajando uma delas. Reconheci na hora. Aquele vermelho só existia na minha. Não perde a força nunca."

Feliz com a lembrança, o "pai" da vestimenta tricolor reencontrou o modelo no museu do clube, na sede da Kennedy. Emocionado, posou para fotos ao lado da peça. Saiu sorridente do clube : "Valeu o esforço."

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