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Enterro do atleta Robson Costa, 23 anos, ontem pela manhã,  em Foz do Iguaçu | Roger Meireles
Enterro do atleta Robson Costa, 23 anos, ontem pela manhã, em Foz do Iguaçu| Foto: Roger Meireles

Lamentação

"É inacreditável", diz médico

O médico anestesista Carlos Eduardo Consalter, lembrou que Robson Costa deu entrada no hospital consciente e que de imediato passou por uma cirurgia de quatro horas. No entanto, segundo o médico, a hemorragia era muito grande e o atleta não resistiu. "Até agora não consigo acreditar na situação em que o rapaz ficou. Eu nunca tinha visto algo parecido. É inacreditável o que ocorreu", lastimou.

Companheiros de equipe do jogador e o dirigente do Clube Atlético Deportivo, Valter Liberato, viajaram até Foz do Iguaçu, local onde Robson foi sepultado na manhã de ontem.

Dias Lopes, presidente da Federação Paranaense de Futebol de Salão, já adiou as duas primeiras rodadas do Guarapuava no Campeonato Paranaense. No próximo sábado, no mesmo ginásio da tragédia do fim de semana, o clube iria receber o Paraná Clube. A partida contra o Foz também foi cancelada pela entidade.

  • Entenda a causa da morte do jogador

Ainda sem conseguir justificar o acidente que resultou na morte do jogador de futsal Robson Rocha Costa, na manhã de domingo, em Guara­puava, a Secretaria de Esportes do município optou pelo silêncio até que as investigações do caso sejam concluídas.

O episódio ocorreu na noite de sábado, no ginásio municipal de esportes Joaquim Prestes. Nos primeiros minutos de jogo, disputado entre as equipes do Atlético Deportivo e Palmeiras /Jundiaí (SP), o atleta, de 23 anos, que defendia a equipe local, deu um "carrinho" e foi atingido na coxa direita por um pedaço de madeira que se desprendeu do piso da quadra.

Com o choque, a lasca se dividiu em duas. Uma delas, com cerca de 10 centímetros, alojou-se na coxa e a outra, com aproximadamente 45 centímetros de comprimento, entrou próximo à virilha do jogador, desviou a bacia e perfurou uma artéria e entrou até o intestino do atleta.

Socorrido pelo corpo de bombeiros, a vítima foi levada consciente ao hospital São Vicente de Paulo, que fica a poucas quadras do ginásio. Uma equipe composta por dois cirurgiões e um anestesista, além de um grupo de enfermeiros, cuidou do ferido, mas, devido à hemorragia intensa, ele não resistiu.

A rodada do campeonato de futsal, que comemorava os 200 anos de Guarapuava, foi cancelada prontamente. No domingo, peritos estiveram no local e na ocasião, segundo a delegada que conduz as investigações, Maria Nysa Moreira Nannini, "dificilmente alguém poderia ser responsabilizado criminalmente". Porém, prosseguindo com as investigações na tarde de ontem, ela relatou que "ainda é muito cedo para se dizer o que de fato aconteceu e apontar de quem é a culpa".

Em entrevista à Gazeta do Povo, Nannini reiterou que estão sendo feitas várias análises no local, bem como pesquisas para saber a real situação da quadra, se a manutenção desta foi feita de forma correta – assim como se haveria responsabilidade dos organizadores do evento esportivo.

"A culpa do agente, no caso, precisa ser uma culpa consciente, quando ele age com negligência, imperícia, imprudência, o indivíduo tem de saber que aquele ato ocasionaria algo maléfico a alguém. O que não é o caso de todas as análises que fizemos até agora. Porém, não podemos descartar nenhuma hipótese até que as investigações estejam concluídas", discorreu. Ela, porém, não disse qual o prazo para as investigações terminarem.

Procurada, a secretaria de esportes de Guarapuava, através de uma funcionária que disse se chamar Silmara, informou que o caso estava com a procuradoria do município e que não estava autorizada a falar sobre o assunto. Em conversa com assessores de comunicação da prefeitura, a reportagem foi informada de que a procuradoria não daria entrevistas.

Em Foz do Iguaçu, onde Robson foi enterrado na manhã de ontem, Santa Marli Costa, 51 anos, mãe do atleta, relatou que conversou com o filho pouco antes de ocorrer a tragédia. "Eu sempre falava com ele antes dos jogos, para abençoá-lo. Era um hábito que a gente tinha", contou. "Liguei pra desejar boa sorte e disse: ‘Te amo, filho’. Aí, ele disse: ‘Também amo muito você, mãe’. Depois, disse que precisava desligar porque o jogo iria começar. É uma das lembranças que eu vou guardar dele."

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