
Pela Copa, Atlético terá que jogar fora da Arena
Se Curitiba e a Arena forem efetivamente escolhidas, no dia 20 de março, como subsedes da Copa do Mundo de 2014, o Atlético terá de jogar por período indeterminado fora de seu estádio. Isso porque a Baixada precisará se adequar a novos quesitos do caderno de encargos da Fifa, incluídos após o Mundial de 2006, na Alemanha. Entre várias alterações estruturais e de acessos, duas que mais chamam atenção são a necessidade de trocar toda a cobertura da casa atleticana e a obrigação de haver saídas nas "esquinas" da praça de esportes (acima das bandeiras de escanteio, local hoje fechado) para o escoamento do público.
Na vitória da situação na eleição do Atlético realizada em dezembro, Mário Celso Petraglia homem-forte do clube nos últimos 14 anos estourou champanhe e vibrou por conseguir eleger Marcos Malucelli como novo presidente. Porém, após dois meses, as diferenças do ex-mandachuva com seu sucessor vieram à tona em entrevista coletiva da atual diretoria, ontem.
Segundo o presidente empossado no dia 5 de janeiro, Petraglia o chamou de traidor em conversas com amigos e plantou notícias em sites e fóruns na internet, dizendo que a diretoria atual estava destruindo tudo que foi feito na última década e meia. Malucelli revelou que, antes da campanha eleitoral, acordou com Petraglia que o ex-dirigente continuaria responsável por cinco itens no clube: negociações com a televisão, Clube dos 13, CBF, Copa e a venda de jogadores para o exterior.
"Esse último item era interno, mas agora vou revelar para verem que ele continuava participando no que foi acordado. Ele emprestou o Pedro Oldoni", disse Malucelli. "Da Copa ele é do comitê, e nas reuniões na TV, Clube dos 13 e CBF o Mauro Holzmann (ex-diretor de marketing), que todos sabem que é ligado a ele, nos representou", reforçou.
A partir de agora, se não entrar em acordo com a cúpula da Baixada, Petraglia não será mais o representante do clube em nenhum desses itens, inclusive do comitê que trata da candidatura de Curitiba a subsede do Mundial de 2014.
"Pela linha que vem seguindo, possivelmente vá para oposição. E é saudável que exista oposição. Não acredito que mude a conduta", alertou o presidente. "Se acha que vai continuar mandando e desmandando, está enganado. Ele não manda mais. Agora quem manda aqui é outra diretoria", avisou.
Conforme a reportagem apurou, os maiores descontentamentos de Petraglia seriam pela aproximação do Rubro-Negro com imprensa, torcidas organizadas e outros clubes da capital.
"Por que temos de ser inimigos da imprensa, das torcidas e dos outros clubes? Por que o CT tem de ficar fechado como um campo de concentração? Se nosso estilo de administração é diferente, queremos ser respeitados", discursou o presidente do Conselho Deliberativo, Gláucio Geara.
Procurado pela reportagem, Petraglia não quis comentar o assunto.
O tema central da entrevista coletiva era a atual situação financeira do clube. A diretoria disse ter uma dívida consolidada de aproximadamente R$ 25 milhões, oriunda de débitos com o parceiro PSTC, jogadores, empresários, adiantamento de cotas de televisão, empréstimos com bancos e contas a pagar à União.
"A situação é perfeitamente contornável e precisamos de receitas para investir. Estamos atrás de patrocínio para substituir a Kyocera, que saiu em março de 2008, e teremos de vender jogadores no meio do ano", comentou Malucelli, garantindo que, apesar da realidade, haverá investimentos no time para o Brasileiro. "Já vimos que o barato sai caro."
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