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Adriano pede oxigênio para aguentar o ritmo do jogo contra o Bolívar, em março de 2002. | RODOLFO BUHRER/Gazeta do Povo
Adriano pede oxigênio para aguentar o ritmo do jogo contra o Bolívar, em março de 2002.| Foto: RODOLFO BUHRER/Gazeta do Povo

Próximo de garantir classificação antecipada às oitavas de final da Copa Libertadores, o Athletico enfrenta o Jorge Wilstermann nesta quarta-feira (24), às 19h15, nos 2,560 metros de altitude de Cochabamba.

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Há 17 anos, em 2002, também na Bolívia, o Furacão viveu uma das partidas mais insólitas de sua história. Em uma elevação ainda maior (3.600 m), o avassalador Rubro-Negro goleava o Bolívar por 5 a 1, de virada, em La Paz, quando o árbitro equatoriano Byron Moreno apitou o fim do primeiro tempo.

“Os jogadores do Bolívar olhavam abismados pra gente. Nosso time correu o tempo inteiro, marcou forte, atacou com rapidez”, recorda o lateral-direito Luizinho Netto, titular durante todo o duelo no Estádio Hernando Silles.

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“Se você não contasse para o Gabiru que era altitude, ele não saberia. Correu normal”, lembra o médico Henrique Carvalho, que trabalhou no clube entre 1997 e 2005.

O que parecia uma sólida vantagem, contudo, evaporou em apenas 32 minutos na etapa final. Foi quando o soroche pegou os atleticanos.

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O ‘mal da montanha’, condição causada pelo ar rarefeito, foi crucial para que o então campeão brasileiro não suportasse a pressão dos donos da casa, acostumados a viver em uma região com 36% menos oxigênio em relação ao nível do mar.

“No intervalo, nós sentimos o que era jogar na altitude. Uma pressão enorme da cabeça, muita dor, jogadores com ânsia de vômito, pernas pesadas”, cita Luizinho.

Também houve, claro, o agravante de ter dois jogadores expulsos (Adriano Gabiru e Ilan), deixando ‘El Paranaense’ com nove homens em campo. Não deu para segurar.

O time celeste descontou primeiro aos 13 minutos. A pressão continuou forte e antes dos 40 minutos a diferença já era de apenas um gol.

A igualdade no placar veio de pênalti, aos 46 minutos. Todos os outros gols saíram em jogadas de bola levantada na área para conclusão de cabeça ou no rebote do goleiro Flávio.

“Parece que estávamos em câmera lenta e o Bolívar voando. Tentamos defender e contra-atacar, mas infelizmente levamos quatro gols. E se tivesse mais cinco minutos, tínhamos perdido o jogo”, admite o lateral.

“Foi como jogar com um Bolinha [massagista do clube] nas costas”, exemplificou Dagoberto, certa vez.

Pernas pro ar

Para tentar a amenizar o efeitos da altitude, a estratégia escolhida pela comissão técnica foi chegar em La Paz somente algumas horas antes da partida.

Estudos dizem que os efeitos da altitude se agravam após 12 horas no local. O ideal, no entanto, seria uma inviável adaptação de três semanas.

Por isso, a delegação ficou concentrada em Santa Cruz de La Sierra e tomou um voo fretado para a capital no dia do encontro.

Para o médico Henrique Carvalho, uma imagem ficou na memória antes mesmo de a bola rolar.

“Quando chegamos no estádio, o roupeiro Lobinho estava passando mal. Estava deitado com as pernas pra cima, tomando chá de coca. ‘Se o roupeiro está assim, imagina como vai ser o time’”, pensou.

Durante o jogo, o próprio médico conheceu o soroche. “Teve uma hora em o Fabiano caiu do outro lado do campo e eu entrei correndo. Aí senti, realmente. Parado, você não sente, mas quando corre o ar não vem”, conta.

No intervalo — e também em paradas durante jogo — os jogadores apelaram para oxigênio puro. Acabaram estafados. Mesmo assim, a impressão do médico é de a desvantagem numérica pesou demais no resultado. Não fossem os cartões vermelhos, quem sabe a história fosse diferente do 5 a 5.

“E ainda teve um sexto gol. O Bolívar iria virar o jogo. Ainda bem que foi anulado”, lembra.

Ficha técnica: Bolívar 5 x 5 Athletico

  • Kleberson se joga no gramado.
  • Adriano pede oxigênio à beira do gramado.
  • Nem mostra que estava fora de forma para o jogo.
  • Geninho chateado com o resultado inusitado.
  • Flávio reclama com a defesa: 4 gols sofridos em 30 minutos.
Bolívar

Machado (Fernández); Ribeiro, Sánchez, Sandy, Ligori e Colque; Ferreira, Tufiño (Pizarro) e Mercado; Galindo (Chiorazo) e Botero. Técnico: Vladimir Soria

Athletico

Flávio; Gustavo, Nem e Rogério Correia; Luizinho Neto, Flávio Luiz (Wellington), Fabiano, Kléberson (Leonardo) e Adriano; Ilan e Dagoberto (Donizete Amorim). Técnico: Geninho.

Gols: Mercado aos 14min, Kléberson aos 21min, Ilan aos 28min e aos 45min, Dagoberto aos 36min e Adriano aos 43min do primeiro tempo; Chiorazo aos 13min e aos 46min, Lígori aos 30min e Ferreira aos 38min do segundo tempo.

Árbitro: Byron Moreno (Equador). Cartões amarelos: Nem, Luizinho Neto, Flavio; Pizarro. Cartões vermelhos: Ilan e Adriano. Local: Estádio Hernando Silles, em La Paz (Bolívia).

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Jorge Wilstermann x Athletico

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