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Fabrício manda a bola na trave de Rogério Ceni.
Fabrício manda a bola na trave de Rogério Ceni.| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

O futebol é um esporte em que um único lance marca a carreira de seu protagonista. Para o bem ou para o mal. No caso do mineiro Fabrício Eduardo Souza, esse momento aconteceu há 15 anos, justamente em uma final de Copa Libertadores. Negativamente.

Vestindo a camisa 23 do Athletico, o meia canhoto, especialista em bolas paradas, teve a chance de empatar o jogo contra o São Paulo no último lance do primeiro tempo da decisão internacional de 2005.

O pênalti sofrido por Aloísio foi cobrado forte e rasteiro, no canto esquerdo da meta defendida por Rogério Ceni. O cronômetro marcava 47 minutos e 32 segundos quando a bola acertou o pé da trave.

Cena que os torcedores do Furacão lamentam até hoje – e que Fabrício nunca mais tirou da memória. "Lembro muito [da cobrança]. É uma coisa que tenho que conviver todos os dias da minha vida", diz o ex-jogador, que aos 40 anos de idade trabalha como agente de atletas.

 Fabrício e seu laptop durante a viagem para a decisão no Morumbi. Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo
Fabrício e seu laptop durante a viagem para a decisão no Morumbi. Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo | ALBARI ROSA

Fabrício tinha 25 quando se colocou à frente de Ceni para a penalidade máxima. Chegou jovem ao Athletico, em 2002, vindo do América-MG. Como ele próprio admite, teve uma passagem de altos e baixos pelo clube. Mas sempre foi alvo de muita cobrança da torcida.

Naquela Libertadores, no entanto, vivia sua melhor fase. "Chegamos na final, eu fiz um gol na semifinal, fui o único jogador do Athletico a entrar na seleção do torneio. Agora, o lado negativo é a questão de ficar com aquilo na cabeça: 'Ah, se eu fizesse poderia ter sido diferente'. Então é uma coisa que tenho que conviver. E confesso que não é fácil conviver com isso", fala.

Fabrício não era o primeiro cobrador na ordem definida pelo técnico Antônio Lopes. Porém, como Fernandinho e Alan Bahia não foram titulares na decisão, ficou com a missão naquela noite, diante do Morumbi com 71 mil pagantes.

O mineiro de Divinópolis conta que bateu como treinava. Só mudou um detalhe. "O Rogério se adianta muito nos pênaltis, quando olhei ele estava meio que em cima da bola. Tentei tirar ao máximo... acabei tirando um pouco mais e tive a infelicidade de ela bater na trave", recorda.

Fabrício permaneceu no Athletico até 2006, quando foi negociado com o Al Khor, do Catar. Atuou também no Seongnam, da Coreia do Sul, onde venceu Liga dos Campeões da Ásia em 2010. No retorno ao Brasil, defendeu ainda Sport e América-MG, clube que o revelou.

Os passos no futebol devem ser seguidos pelo filho Daniel, de 12 anos. Ao contrário do pai, o menino é atacante. "O pessoal fala que é ele bom pra caramba. É alto, canhoto e artilheiro na maioria dos campeonatos que disputa".

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