“O 8 a 2 nos fortaleceu e será um diferencial na final contra o Athletico”, confia técnico do Toledo

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O caminho trilhado pelo Toledo até a final do Paranaense 2019, domingo (21), às 16h, na Arena da Baixada, contra o Athletico, foi repleto de obstáculos inerentes à realidade de equipes pequenas do interior país afora.

Salários baixos, elenco enxuto e dificuldades estruturais e financeiras superados com a ajuda crucial da experiência do treinador Agenor Piccinin, 63 anos, espécie de perito em comando de clubes pequenos.

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São mais de 15 agremiações no extenso currículo: 9 de Julho, Blumenau, Chapecoense, Criciúma, Joinville, Santa Cruz-RS, Arapongas, Ypiranga-RS, São José-RS, União Frederiquense, Marcílio Dias, São Paulo-RS, Pelotas, Concórdia, Camboriú, FC Cascavel, Cascavel CR, além do próprio Toledo, onde faz sua segunda passagem.

Com destaque, dois títulos catarinenses pela Chape (1996 e 2007), quando o clube alviverde ainda engatinhava no cenário nacional. No Toledo, conquistou a taça Barcímio Sicupira, o primeiro turno deste Estadual, que garantiu o Porco na decisão com o Furacão.

“Sei o que este título representou para Chapecó. Agora, representaria uma nova história para o Toledo, um despertar. Seria histórico”, projeta o técnico, que defende seu estilo de jogo defensivo e focado na força e espera manter a vantagem de 1 a 0 conquistada na partida de ida, no interior paranaense.

Qual o balanço que o senhor faz do trabalho no Toledo?

Fui convidado em novembro. Montamos uma preparação focada na parte física, pois sabíamos das nossas dificuldades. Tínhamos problemas financeiros e trabalhamos dentro de um programa de trabalho para jogar a nossa vida no primeiro turno.

O grupo comprou a ideia. Optamos por um trabalho focado na força física e em cima disso montamos um esquema tático, que muitos dizem ser defensivo, mas é eficiente. Com nosso grupo limitado, encaixou.

Chegar à final surpreendeu?

Para o povo de Toledo a gente sempre passou que nossa vida seria jogada no primeiro turno. A não ser que conseguíssemos reforços, e não conseguimos, nunca dissemos que íamos brigar pelo segundo turno. Houve uma queda natural.

Toda equipe que conquista um título acaba tendo uma mudança de comportamento, um relaxamento natural. Temos muitos atletas do elenco com salários de R$ 1 mil. Os caras estão apostando também no próprio sucesso.

Algum jogador do Toledo pode jogar em clubes da capital?

Fica até estranho eu falar isso, mas acho que tivemos um grupo homogêneo, com aplicação tática, vontade de vencer, determinação. Tivemos a sorte de montar um grupo obediente. O Figueirense está negociando com o Júlio Pacato, por exemplo, o Vitória também tem interesse.

Mas sempre trabalhamos com problemas de montagem de time na competição, com jogadores tendo de jogar fora de posição. A parte financeira pesa. Não tínhamos como investir.

Por que o Toledo pode ser campeão? Algo em especial te dá confiança?

Temos que usar as forças que temos. Um time que vai lutar que nem lutou em Toledo até o último minuto, conseguindo o gol no fim. Da mesma forma, vamos fazer na Baixada. A diferença de um gol não significa muito, mas se conseguirmos administrá-la...

Qual o peso da derrota por 8 a 2 para o Athletico na estreia do segundo turno?

Aquilo lá fortaleceu a gente para o próximo jogo contra o Athletico, tanto que vencemos aqui por 1 a 0. Já provamos que não foi natural tomar oito. E agora vamos para Curitiba, os oito gols foram justamente no campo do Athletico.

Vamos usar isto como motivação para termos um diferencial. 1 a 0 ou 8 a 2, são três pontos. Os oito gols serão mais importantes para nós do que para o Athletico.

Como será o jogo na Baixada?

Dificílimo, mas temos condições. Jogar de igual para igual é um sonho, medir forças. Temos a vantagem. Se conseguirmos mantê-la, o que a gente sabe que é muito difícil, a partir disso, vamos torcer.

Existe premiação em caso de título?

Nós sabemos que ser campeão é inédito, histórico, qualquer tipo de prêmio financeiro não cobre a dimensão de ser campeão por um time do interior. Todas as situação são colocadas para os jogadores.

Este sucesso representa uma nova história. Aconteça o que acontecer, este grupo já é campeão. Com o título, será supercampeão. Superamos todos os níveis de dificuldades e estamos na final. Falamos para os empresários locais: “ ou se investe no clube ou o clube não terá futuro”. É uma coisa que vem na hora certa.

Em sua opinião, qual o nível do Estadual? Paraná, Coritiba, Operário e Londrina chegam bem preparados para a Série B?

O Paranaense não é jogado, é disputado. Na Série B você precisa jogar. Operário e Londrina têm belas equipes e bons comandantes, podem fazer um grande trabalho. O Coritiba é grife. Equipe que, se precisar, pode fazer correções de rota rapidamente, dispensar, refazer.

O Paraná a gente sabe que subiu e não conseguiu permanecer. Ainda falta algo neste sentido, mas também tem o diferencial da correção de rota. Acredito em boas campanhas dos quatro paranaenses na Série B.

Qual será seu futuro após o Estadual?

Sempre na hora ruim sou solicitado, na boa são os outros [risos]. De repente, agora numa hora boa, a gente possa fazer um acordo para eu ficar. Tive propostas para sair após o primeiro turno, mas resolvi terminar o trabalho. É um projeto que comecei no Toledo em 2004, fui fundador.

A gente sabe que o ‘pai da criança’ ainda sou eu. Tenho mais três anos como treinador e depois a intenção é ser dirigente. Sempre trabalhei em equipes menores, com resultado, são mais de dez acessos, copas, títulos estaduais, importantes para times pequenos.

Quem sabe, espero também ter um reconhecimento, uma gratidão no futebol, de repente aparecer uma situação boa para fazer grandes trabalhos.

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Ficha técnica - FINAL Athletico x Toledo

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