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E esta é a provável Arena da Baixada em 2014 | Reprodução / Projeto Atlético
E esta é a provável Arena da Baixada em 2014| Foto: Reprodução / Projeto Atlético
  • Segundo Marcos Malucelli, Petraglia deixará de representar o Atlético inclusive em discussões sobre a Copa do Mundo
  • Mulheres que foram à Arena receberam uma homenagem do Atlético pelo dia Internacional das Mulheres
  • Acusado de plantar notícias contra a atual diretoria, Petraglia não quis comentar a coletiva de Malucelli
  • Está é a Arena da Baixada da atualidade
  • Lançamento do Cecap contou com presenças ilustres no CT do Atlético Paranaense
  • Rafael Moura, atual artilheiro do Atlético

"O Atlético voltou a ser dos atleticanos". A frase é repetida à exaustão por gente historicamente ligada ao Rubro-Negro e selecionada pela Gazeta do Povo para comentar o aniversário de 85 anos do clube, completados hoje. Faz sentido. O Furacão irá celebrar a data nos braços do seu povo, com uma missa de ação de graças, às 19 horas, na Arena, e, na sequência, com jantar no Restaurante Madalosso, em Santa Felicidade.

O evento é significativo. Bem mais do que cantar parabéns para um dos times mais tradicionais do estado, os rubro-negros irão comemorar a reabertura política do clube. Ou, como diz o jornalista Carneiro Neto, "a redemocratização do Atlético". Algo impensável até o ano passado.

A festa rompe com um hiato de 13 anos na vida do clube, período em que Mário Celso Petraglia deu as cartas na Baixada. Centralizador, o dirigente era avesso a qualquer tipo de participação popular, comportamento que, aos poucos, acabou distanciando a torcida do dia a dia do Furacão – até a imprensa passou a conviver com restrições para trabalhar.

A ironia da história, como lembra Carneiro, é que a pluralidade voltou ao Rubro-Negro pelas mãos de um situacionista – Marcos Malucelli, antigo diretor jurídico da gestão Petraglia e novo presidente do Conselho Administrativo atleticano, eleito em dezembro de 2008.

O homem responsável pela redemocratização chegou ao poder sob a bênção de Petraglia, que alegava nos bastidores "um certo cansaço" para seguir liderando o "projeto", termo recorrente durante seu mandato. Queria cuidar de assuntos relacionados à Copa do Mundo do Brasil, marketing e negociação de jogadores.

O pacto pré-eleitoral, porém, não durou três meses. Petraglia dava sinais de não estar contente com os rumos tomados pela administração do substituto. E Malucelli, por sua vez, imprimia o seu estilo de gerenciamento, voltado para o diálogo. O rompimento se tornou inevitável. "Quero resgatar o atleticanismo. Trazer de volta ao clube velhos atleticanos", discursa o atual mandatário, que, em uma tacada só, reaproximou da Baixada torcedores ilustres como Roberto Karam e Edílson Thiele.

"Essa interrupção trouxe muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. (A abertura) não deveria ser só um momento. Deveria ser eternamente assim", ressalta Barcímio Sicupira, comentarista da Rádio Banda B e maior artilheiro da história do Atlético, com 154 gols. "O Petraglia fez grandes coisas pelo clube, mas não podia concordar com a forma com que vinha administrando ultimamente. O clube era quase que uma propriedade particular. O controle estava dividido entre uma, duas ou três pessoas. Estou torcendo muita para que (a nova gestão) dê certo", reforça Valmor Zimermann, 30 anos de Furacão, um daqueles torcedores que perdem o humor na segunda-feira quando o time não vai bem no domingo.

Assim, por caminhos tortos, o clube redescobriu sua alma popular. "Estamos felizes. O Atlético é hoje de todos os atleticanos", encerra Juliano Rodrigues, vice-presidente da organizada Os Fanáticos, principal facção ligada ao clube, retornando ao início da reportagem.

Feliz aniversário.

Serviço

Os ingressos para o jantar do Atlético custam R$ 35 e estão à venda no 4º andar da Arena.

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