A manifestação realizada pelo Atlético antes da partida contra o América-MG, no último sábado (6), na Arena da Baixada, pode acabar nas mãos da Fifa.
O procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Felipe Bevilacqua, acredita que houve “mensagem política clara” no fato de os jogadores do clube vestirem camisas amarelas com o slogan “Vamos todos juntos por amor ao Brasil” na entrada no campo.
A ação aconteceu na véspera da eleição e indicaria apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), a quem o presidente do Conselho Deliberativo atleticano, Mario Celso Petraglia, já manifestou voto nas redes sociais.
Se a mensagem realmente for considerada de conotação política, o Furacão estaria desobedecendo regra da Fifa. O órgão máximo do futebol adota a neutralidade política como premissa no quarto artigo de seu estatuto, chamado de ‘Luta contra a discriminação, igualdade e neutralidade’.
“A Fifa se declara neutra em matéria de política e religião. Existem exceções nos casos que afetem os objetivos estatutários da Fifa”, diz o segundo parágrafo do texto.
Todas as federações que integram a Fifa, no caso a Confederação Brasileira de Fubebol (CBF), devem seguir os mesmos princípios. Ou seja, a entidade cuja sede é na Suíça preza por manter essa neutralidade e evita ao máximo se meter em problemas que estão fora da “jurisdição da bola”.
Na Copa do Mundo 201 8, por exemplo, três jogadores suíços (Shaqiri, Xhaka e Lichtsteiner) foram multados pela Fifa após fazerem gestos de pássaro com as mãos (águia negra de duas cabeças da bandeira da Albânia) durante comemoração dos gols na partida contra a Sérvia, pela primeira fase.
A atitude foi considerada de conotação política pois envolve a disputa pela independência do Kosovo, de maioria albanesa, da Sérvia. Shaqiri e Xhaka são descendentes de albaneses.
A política de tolerância zero da Fifa também resultou em punição à federação da Sérvia, multada pelo comportamento ofensivo e discriminatório de torcedores no mesmo jogo.
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