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Malucelli confirma dívida, crítica, mas isenta Petraglia | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Malucelli confirma dívida, crítica, mas isenta Petraglia| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Entenda a dívida em partes:

Durante a e entrevista coletiva que concedeu na Arena da baixada – ao lado do presidente do Conselho Deliberativo, Gláucio Geara, e do vice-presidente Êneo Fornea, Malucelli esmiuçou e detalhou a dívida consolidada do clube.

Com instituições financeiras (bancos), o clube tem uma conta de R$ 2,5 milhões e com a Rede Globo, deve R$ 3,6 milhões por ter antecipado uma parcela referente aos direitos de transmissão do Brasileirão (neste ano, o Atlético recebe cerca de R$ 12 milhões da Globo). "São dívidas que somam parcelas de R$ 460 mil (R$ 250 mil para os bancos e R$ 210 para a Globo) e estamos honrando isso mensalmente, sem grandes dificuldades".

Outros R$ 4,5 milhões são de um empréstimo contraído junto à Caixa para a conclusão das obras do primeiro anel da Brasílio Itiberê. Segundo Malucelli, a dívida ainda está no prazo de carência (antes de começar a pagar) e a venda das cadeiras que serão construídas no espaço irá gerar renda suficiente para pagar pelo empréstimo. "Poderemos pagar em cinco anos. As parcelas serão de R$ 90 mil, mas a renda que teremos com a venda das cadeiras chegará a R$ 180 mil, ou seja, a renda paga a dívida, que na verdade não é dívida, mas sim investimento".

Ao PSTC, clube parceiro na revelação de jogadores, o Atlético deve R$ 6,2 milhões referentes às vendas de Dagoberto e Guilherme. O dinheiro da venda do atacante ao São Paulo está bloqueado na Justiça (deve ser liberado em cerca de seis meses) e será usado para pagar o clube, que também não tem pressionado o Atlético, já que mantém a parceria.

Para a União, em tributos federais, o clube deve R$ 5,2 milhões. Como recebe mensalmente cerca de R$ 90 mil da Caixa pelas apostas da Timemania, o clube quita esses débitos (estimados em R$ 36 mil por mês). "Mais que isso. Quitamos duas parcelas dessa dívida todo mês e em três anos pagamos tudo", explica.

"Somando tudo dá o valor de R$ 25 milhões, que parece ser um valor alto, mas que não precisaremos pagar nem um centavo amanhã. São R$ 17 milhões em dívidas consolidadas e que se pagarão sozinhas e R$ 8 milhões que estamos pagando mensalmente. Nunca ficamos inadimplentes. A dívida não nos assusta. Não atrapalha o dia-a-dia do clube. O que atrapalha é a falta de mais recursos entrando mensalmente nos cofres do clube", concluiu.

A análise das contas do Atlético Paranaense solicitada pelo presidente do Conselho de Administração, Marcos Malucelli, apresentou nesta quinta-feira (19) dados referentes a atual situação financeira do clube. Pelos números atualizados, hoje a dívida contraída do clube beira os R$ 25 milhões, dos quais apenas R$ 1,8 milhão são executáveis (que podem ser cobradas imediatamente). (Veja todos os valores discriminados no quadro abaixo).

Isso quer dizer, que os cerca de R$ 23 milhões restantes já estão negociados com os respectivos credores e serão honrados na medida em que estes compromissos vençam. "Todos os compromissos financeiros assumidos serão cumpridos. Divida é débito vencido, não pago. Temos uma divida consolidada. Não estamos inadimplentes com nossas obrigações", afirmou Malucelli, em entrevista à Gazeta do Povo Online.

Segundo o dirigente, apenas o valor de R$ 1,8 milhão poderia ser executado judicialmente se os credores assim quisessem. "Se eles decidirem nos cobrar amanhã, judicialmente ou coisa que o valha, é a única dívida que precisaríamos pagar imediatamente. São valores referentes a débitos pela negociação com jogadores e empresários, mas nenhum deles está nos pressionando e temos quitado esses valores aos poucos".

De acordo com o orçamento para 2009, o Atlético tem uma despesa projetada de aproximadamente R$ 45 milhões, enquanto as receitas chegam a apenas R$ 28 milhões. "É essa conta que tentamos fechar. Estamos buscando patrocinadores para tentar alcançar esses R$ 17 milhões que faltam e espero apresentar novidades para o torcedor antes do nosso aniversário", explicou Malucelli. O Furacão faz aniversário em 26 de março.

O ex-diretor de marketing do clube, Mauro Holzmann, ficou com a incumbência de encontrar novos parceiros comerciais para o clube. "Estamos buscando patrocinadores para a camisa e também para o Naming Rights (direito de uso do nome da empresa vinculado ao estádio, como era a Kyocera Arena). Fizemos vários contatos, mas a crise internacional tem complicado um pouco as negociações. Estamos à caça".

Críticas a Petraglia

Embora não culpe a antiga gestão pelos débitos pendentes, o dirigente criticou seu antecessor, Mário Celso Petraglia. Segundo ele, Petragila teria divulgado, pela internet, que Malucelli estaria "mandando mais do que deveria". "Quando assumi, deixei claro que o Mário (Petraglia) ficaria responsável por cinco itens, mesmo sem fazer parte da diretoria: 1° contato com a CBF, 2° contrato com a televisão, 3° relação com o Clube dos 13, 4° Copa do Mundo. O último item era entre nós e não gostaria de expor em público, mas trata-se da negociação internacional de jogadores", falou Malucelli.

"Eu só abri este quinto item porque não vou aceitar ouvir ele (Petraglia) dizer que eu deixei de cumprir algum compromisso. Ele precisa saber que ele não manda mais no Atlético e quem manda agora é outra pessoa", completou.

Apesar das críticas ao ex-presidente, Malucelli garante que não há irregularidades em negociações de jogadores que tiveram a participação direta de Petraglia. Ele afastou a possibilidade da existência de uma "herança maldita". "Posso garantir. Não há nada de errado com negociações. Todos os valores entraram para o cofre do Atlético."

Quanto à dívida confirmada em relatório, o presidente classificou como "contornável". O problema é que o clube não poderá investir como esperava na qualificação da equipe. "Hoje não temos R$ 500 mil para trazer um jogador. Parte disso tem a ver com a crise econômica mundial, pois não conseguimos fazer nenhuma venda de jogador este ano."

O ex-presidente do Atlético Mário Celso Petraglia foi procurado pela reportagem da Gazeta do Povo Online, mas se recusou a atender às ligações.

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