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Varejão é o atleta com mais rebotes da Liga Americana, com média de 14,4 por jogo | Aaron Josefczyk/Reuters
Varejão é o atleta com mais rebotes da Liga Americana, com média de 14,4 por jogo| Foto: Aaron Josefczyk/Reuters

Sequência

Lesões são maior ameaça à boa fase do brasileiro

Um dos fatores fundamentais para o bom desempenho de Varejão nesta temporada é a sequência de jogos. Por causa das constantes lesões, nas oito temporadas disputadas anteriormente pelo jogador, em apenas três ele conseguiu participar de mais de 70% dos jogos da equipe. Só nos dois últimos anos, por exemplo, ele perdeu 92 partidas.

Em 2012, o brasileiro esteve em quadra em 25 dos 27 jogos do Cavaliers, número que já iguala a quantidade de toda a temporada passada. Porém, uma lesão no joelho direito o tirou de combate do jogo contra o Boston Celtics (semana passada) e da partida ante o Milwaukee Bucks, na noite de sábado. Varejão sabe que as contusões são a principal ameaça à boa fase. "Nos últimos anos tive problemas de lesões, contusões mais sérias e que me atrapalharam bastante. Quero passar esta temporada bem distante do departamento médico", afirma ele, que ainda diz acreditar em um melhor rendimento da equipe.

"O time é unido, conversa muito. A gente sabe das nossas limitações, das nossas qualidades. O Cleveland é bom. O time é novo. É uma fase de adaptação."

O camisa 17 do Cavs tem moral, inclusive, com o MVP (melhor jogador da temporada) de 2012, seu ex-companheiro de time LeBron James. "Ele é incrível, tem um talento para pegar aqueles rebotes que você acha que são seus e que estão fora do alcance dele. Sua energia é inigualável", comentou o agora ídolo do Miami Heat ao site da ESPN. "Você tem de saber, quando vai enfrentá-lo, que terá de ser enérgico."

Quando a temporada da NBA começou, no fim do outubro, era difícil imaginar um brasileiro com papel de destaque na liga de basquete dos Estados Unidos. Quase dois meses depois e com cerca de um terço dos jogos da fase regular disputados, Anderson Varejão vem desmentindo as previsões. Ele deixou o papel de coadjuvante de lado, tornou-se um dos principais ala-pivôs do campeonato e sonha em participar do All-Star Game, o Jogo das Estrelas, em fevereiro.

A ambição ousada reflete os números obtidos por ele na sua equipe, o Cleveland Cavaliers. Se alguém pode ser chamado de o "dono do garrafão da NBA" até aqui, este jogador é Varejão. Ele é o atleta com mais rebotes em toda a liga – média de 14,4 por jogo. Além disso, tem sido mais preciso nos arremessos e, em relação a sua média da carreira, praticamente dobrou o número de pontos por jogo: passou de 7,7 para 14,1.

"O que mudou foi que estou procurando mais a cesta, atacando mais. As oportunidades vêm aparecendo e isso é mostrado nos números. Quero continuar pegando rebotes, marcando pontos, porque é a minha contribuição para o time", diz Varejão.

A boa fase rendeu recordes ao capixaba de 30 anos. Ele emplacou nesta temporada uma sequência de dez jogos consecutivos com pelo menos 10 pontos e 15 rebotes, feito obtido antes na história da NBA por apenas um jogador, Moses Malone, no fim da década de 70.

Nomes como o de Charles Barkley – integrante do Dream Team de 1992 e que conseguiu, no máximo, seis jogos deste tipo – foram deixados para trás pelo brasileiro, que deseja que as marcas o impulsionem para o Jogo das Estrelas, partida exibição que reúne os principais atletas da liga.

"Se eu falar que disputar o All-Star Game não é um sonho, estaria mentindo. Todo jogador quer participar. Se me chamarem, vou ficar muito feliz", conta.

Varejão, no entanto, tem sido uma exceção dentro de seu time. O Cavaliers tem, até agora, a segunda pior campanha entre as 30 franquias da NBA, com apenas cinco vitórias em 27 jogos. O fato de ser praticamente uma "estrela solitária" aumenta as especulações em torno de uma futura transferência para uma equipe que possa brigar por títulos.

"Não penso em sair de Cleveland. Aqui é a minha segunda casa, estou adaptado, me sinto muito bem. De vez em quando surgem boatos sobre uma troca, mas não me envolvo, deixo isso para os meus agentes e para o clube", despista.

Quem mais torce por essa permanência são os fãs do Cavs, que tratam Varejão com um verdadeiro ídolo. Na próxima sexta-feira, por exemplo, na partida diante do Atlanta Hawks, será organizada a "Wig Night" (Noite das perucas), em que os torcedores ganham uma vasta cabeleira – parecida com a do brasileiro – para homenagear o jogador.

"Vai ser mais uma noite muito especial. É por eles, por essa torcida, que me entrego ao máximo dentro de quadra. Esse carinho que recebo, a maneira como eles me tratam, não tem preço."

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