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César Cielo no exato momento em que vê seu nome como novo recordista mundial e medalha de ouro nos 100 metros livre | Stefano Rellandini/Reuters
César Cielo no exato momento em que vê seu nome como novo recordista mundial e medalha de ouro nos 100 metros livre| Foto: Stefano Rellandini/Reuters

"Ele é veloz, explosivo e não teme nada"

O que o César Cielo fez é algo sensacional. Já havia quebrado o tabu com a conquista do primeiro ouro olímpico da natação brasileira (em Pequim-08).

Leia a opinião completa do ex-nadador Rogério Romero

Entrevista com César Cielo

Você teve uma temporada muito desgastante. Qual foi a chave para chegar até esse recorde?

Comecei a treinar na segunda semana de janeiro, nunca tive uma temporada tão longa, nunca senti tanta fadiga. Fui ao meu limite, e essa foi a chave. Trabalhei ao máximo e, quando pude descansar, fui ficando mais rápido e passei a acreditar. Brett (Hawke, seu técnico) sempre me incentivou, isso foi importante para mim. Tinha de acreditar todos os dias, ter muito trabalho, muita dedicação, e acreditar.

Leia a entrevista completa de César Cielo

  • Veja que Cielo e Ricardo Prado tornaram-se campeões e recordistas mundiais

Roma - César Cielo, 22 anos, comprovou seu papel de protagonista na natação mundial ao ganhar o ouro e ba­­ter o recorde mundial na prova dos 100 metros livre do Mundial de Esportes Aquáticos de Roma – façanha que assombrou o já legendário Michael Phelps, presente na arquibancada do Foro Itálico.

Fechou o triunfo chorando co­­mo um bebê ao receber a medalha. Antes dele, apenas um brasileiro tinha sido campeão na história desta competição: Ricardo Prado, que venceu os 400 m medley na edição de 1982, em Guayaquil, no Equador, também com recorde.

Na final de ontem, Cielo venceu com o tempo de 46s91, superando o antigo recorde mundial de 47s05, feito pelo australiano Ea­mon Sullivan no ano passado. Assim também passou a ser a re­­ferência nos 100 m livre, prova em que conquistou o bronze em Pequim.

"A diferença entre o atleta que ganhou o bronze em Pequim e o ouro aqui em Roma é que estou mais forte, mais bonito e muito mais concentrado, mais maduro. A parte do bonito é brincadeira, mas o resto é tudo verdade", disse César Cielo. "Também tenho me con­­centrado não só na competição, mas também no treinamento: eu lidava com as séries de uma ma­­neira totalmente diferente", complementou, destacando que a boa largada garantiu o feito histórico.

"Eu consegui focar na minha raia, não vi nada do meu lado. É assim que eu sempre consigo minha melhor performance. Apesar de ter sido um tempo muito louco, eu sabia que iria fazê-lo. Não tem mágica, é trabalho duro", falou Cielo, responsável pelo 13.º recorde obtido por um nadador brasileiro em todos os tempos – seis dos quais foram em piscina curta, de 25 m.

As braçadas vitoriosas do brasileiro foram observadas de perto pelo norte-americano Michael Phelps, que chegou a cogitar tentar uma vaga na prova – que não é sua especialidade –, mas desistiu nas eliminatórias. A uma rede de televisão de seu país, o nadador com oito ouros em Pequim admitiu que, "vendo como Cielo nadou, não teria chances de medalha".

"O César do bronze era um ga­­roto, e o que ganhou o ouro, um ho­­mem. Em Pequim ele não acreditava que poderia ser campeão olímpico nessa prova. Agora, tem 100% de certeza de que é o melhor do mundo", definiu o técnico do brasileiro, o australiano Brett Hawke.

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