• Carregando...
 |
| Foto:
  • Veja as 4 apostas da Gazeta do Povo selecionadas para esta semana

"Se tiver a oportunidade, vou agarrá-la com todas as forças. Se não, ela passa e outro a agarra", diz o líbero Polaco. O curitibano sabe que uma vaga na seleção principal de vôlei não é nada fácil. Ainda mais em sua posição: tem a concorrência de Serginho, o Escadinha, e Mário Júnior.

O primeiro é dono absoluto da posição, medalha de ouro na Olimpíada de Atenas (2004) e prata em Pequim (2008). Este ano, ficou afastado do time de Bernardinho por causa de uma cirurgia na coluna, em junho. Foi substituído – à altura – por Mário Júnior, eleito o melhor líbero da Liga Mundial na qual o Brasil chegou ao nono título.

Mas o calendário de 2011 pode ser o aliado que Polaco precisa para estrear na seleção principal. A equipe tem uma agenda cheia e um compromisso importantíssimo: a Copa do Mundo, no Japão, em novembro, valendo classificação antecipada para os Jogos de Londres. Por isso Bernardinho cogita levar um time B – a "seleção de novos", da qual o líbero curitibano fez parte – para a disputa do Pan-Americano de Guadalajara (México), em outubro.

O que pode atrapalhar o atleta foi o inesperado afastamento dos jogos do seu time. Depois de dispensar Rodrigão e Marcelinho, o técnico do Pinheiros, Mauro Grasso, decidiu que o paranaense treinará separadamente, mas não será relacionado para as partidas.

"Nunca deixei de sonhar com isso. Estou em um momento muito empolgante. Este ano casei e fui lembrado para compor a seleção em uma posição que é muito disputada", diz Polaco, que na carteira de identidade é Leandro Greca. No vôlei, começou como ponteiro, no Clube Curitibano. Passou pelas categorias de base do Santa Mônica, onde conheceu o técnico Rubinho, hoje treinador do BMG/São Bernardo, auxiliar de Bernardinho e responsável pela seleção de novos.

A conselho de Rubinho, Polaco – que, na verdade, é descendente de italianos, não de poloneses, como a alvura dos cabelos e da pele podem dar a entender – deixou o ataque para treinar as defesas típicas do líbero, posição criada em 1998. "Como a função na quadra ainda era uma novidade, resolvi arriscar. Foi como líbero que passei na peneira do Banespa [SP], onde me profissionalizei. Na época, o Escadinha era o titular. Foi a melhor escola". No time paulista, seguiu sob o comando de Rubinho. Na temporada 2004/05, foi campeão da Superliga.

Seguiu para o Sada Betim (MG), onde jogou por quatro anos, venceu dois Estaduais e disputou dois Sul-Americanos. Neste ano foi contratado pelo Pinheiros/Sky, onde joga ao lado de outro paranaense, o ponteiro Giba. "Ele é um daqueles atletas que você coloca num pedestal, por tudo o que já fez. Tenho a felicidade de estar na mesma equipe que ele. Parece um menino mais novo que eu. Às vezes, estou com preguiça de treinar e o vejo correndo atrás, ralando. Aí vejo que alguma coisa está errada e começo a ralar também", conta.

Polaco quase abandonou o vôlei. Começou a jogar em 1999 e menos de um ano depois sofreu um acidente de trânsito que o deixou um ano afastado. A primeira convocação para a seleção foi no time juvenil, pelo qual foi vice-campeão mundial. Depois foram quatro anos sem ser chamado.

Até que Rubinho reapareceu em seu caminho e o levou de volta a Saquarema (RJ), onde as equipes nacionais do vôlei treinam. "Reencontrar o Rubinho foi ótimo. É um paizão para mim. Muita coisa que me ensinou levei para a vida", diz o líbero. A admiração é recíproca: "O Polaco é um atleta de grande qualidade. E bastante dedicado", afirma o técnico. Juntos pela seleção, eles ficaram em quarto lugar no Campeonato Pan-Americano deste ano, em Porto Rico.

Bernardinho e CBV projetam "time B" no Pan-Americano

O técnico Bernardinho já havia adiantado a intenção de mandar ao Pan-Ameri­­cano de Guadalajara a seleção de novos, comandada pelo auxiliar paranaense Rubinho. Programação que ficou clara no calendário projetado pela Co­nfe­­de­­ra­ção Brasi­­lei­­­­ra de Vôlei (CBV), que já aponta a participação de uma "equi­­pe B" no torneio. Ru­­binho, porém, ainda não quis confirmar se estará à frente do time nacional no México, afirmando que ainda há possibilidade de os tricampeões mundiais serem escalados.

Em entrevista à Gazeta do Povo em outubro, Bernardinho destacou que a prioridade no ano que vem é a conquista do tricampeonato da Copa do Mundo, de 20 de novembro a 4 de dezembro, no Ja­­pão. A competição, que ocorre de quatro em quatro anos, garantirá antecipadamente três vagas na Olimpíada de Londres, em 2012.

E não é o único compromisso com mais importância que o Pan. "Em maio, temos a disputa da Liga Mundial [na busca do decacampeonato]. Caímos em um grupo difícil, com Estados Unidos, Polônia e Porto Rico. Depois temos o Sul-Americano, que vale vaga para a Copa do Mundo. Como a Copa está em data muito próxima ao Pan, vamos optar pelo time B, uma equi­­pe que já estamos trabalhando paralelamente ao grupo principal, visando ao ciclo olímpico do Rio-2016", afirmou o treinador.

Levar a seleção de novos para Guadala­­jara chama a atenção não somente pelo fato de a torcida brasileira ficar órfã de ídolos como Giba, Murilo, Serginho e Leandro Vissoto no evento que reúne equipes e atletas de todos os países das Américas.

Em 2007, ano do Pan do Rio, a seleção também tinha uma agenda cheia. Ainda assim, os titulares foram escalados. Sem o levantador Ricardinho, cortado às vésperas da competição. O motivo teria sido uma discussão com Bernardinho, justamente sobre os valores de premiação pelo desgaste extra da equipe. A ausência de Ricardinho foi assunto mais comentado do que o desempenho da seleção, que fi­­cou com o ouro na final contra os Estados Unidos.

Em 15 edições do Pan, o vôlei só não foi disputado na primeira, em 1951. Nas demais, a única na qual o Brasil não voltou com medalha foi em 1995, em Mar del Plata, na Argentina, quando ficou em 7.º lugar. Ao todo, o país tem três ouros, seis pratas e quatro bronzes.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]