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Antes de falar do Gigante de Arroyito, estádio de Argentina e Brasil, importante ressaltar o perfil da torcida em Rosário. O público canta e pula sem parar. Nesse ritmo retilíneo nos 90 minutos, o palco do clássico de amanhã ganha importância. Acanhada, a edificação comporta 40 mil pessoas à beira do gramado. O campo não fica a mais de dois metros da arquibancada.

Em 4 de março de 2004, acompanhei para a Gazeta do Povo o jogo entre Rosário Central e Coritiba, pela Libertadores. Fiquei deslumbrado com a festa do público, com uma centena de músicas bem entrosadas, assim como uma interessante poluição visual de bandeiras, faixas e a tradicional chuva de papel.

Antes do jogo, temi pelo pior do Coxa (perdeu por 2 a 0). Mas durante a partida fui perdendo o respeito pela festa. Comecei a achar que aquela cantoria não poderia surtir tanto medo aos brasileiros – acostumados com xingamentos e reações bem mais hostis.

No dia seguinte, após uma noite com zumbidos no ouvido, tirei a dúvida com os jogadores. Eles acharam linda a folia dos Canalhas, apelido dos fãs do Rosário Central, mas também atenuaram a influência da plateia no resultado. Acharam somente o lugar um pouco inseguro.

Aposto que o duelo entre os times de Dunga e Maradona será bem parecido com o empate sem gols entre as duas seleções na Copa de 78: muito barulho, papelada no gramado, hinchas no cangote e nada disso entrando no campo. Otimismo? Nem tanto.

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