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Se existe um clube em ebulição permanente este é o Clube Atlético Paranaense. Nascido, criado e idolatrado na Baixada da Água Verde, da antiga arquibancada de madeira passou para a arquibancada de alvenaria, depois pelo novo estádio construído após o encerramento da melancólica experiência no Pinheirão e, finalmente, com a moderna Arena da Baixada.

Há 85 anos os atleticanos se reúnem no estádio Joaquim Américo, a mais antiga praça esportiva do Paraná. Mas, se a majestosa Arena da Baixada orgulha a torcida, é exatamente ela, a fiel torcida, a verdadeira alma e o maior patrimônio do clube.

Sem a paixão dos atleticanos ele não teria resistido a tantos percalços nestes 85 anos. Foram a chama, o amor e a completa doação dos torcedores que mantiveram a bandeira rubro-negra hasteada no alto do mastro. Vencendo crises, superando obstáculos, criando ídolos, conquistando vitórias e títulos, mexendo com o coração do povo e, em ebulição permanente, crescendo cada vez mais.

Agora, em meio à expectativa de ser anunciada como uma das sedes da Copa do Mundo no Brasil, a Arena da Baixada abre as portas para receber mais de 20 mil sócios contribuintes com o objetivo de dobrar esta marca quando estiver concluída, atravessa delicado momento na sua política interna. Com menos de dois meses de gestão, a nova diretoria rompeu as correntes e reabriu o clube para centenas de atleticanos que estavam afastados da sua vida cotidiana. Foi um novo marco na vida do grande clube que não para de surpreender.

Segunda-feira houve a inauguração do Centro de Reabilitação do Atleta Profissional, tornando o Atlético também referência na medicina esportiva nacional; hoje, acontecerá o jantar de confraternização para festejar o aniversário e, no fim de semana, o inicio da caminhada em busca de mais um título de campeão.

Para um time arrebatador que se sagrou campeão brasileiro em 2001; vice-campeão brasileiro em 2004; disputou três vezes a Taça Libertadores da América, sendo vice-campeão em 2005, a possibilidade de conquistar mais um título estadual aumenta a expectativa do apaixonado torcedor.

Tudo porque o Atlético não tem dono. Ele é do povo. Ele pertence a cada um daqueles fieis seguidores que se concentram no santuário da velha Baixada. A massa sem rosto que movimenta a extraordinária roda gigante do clube só tem olhos para o time dentro de campo. A transferência para cada jogador da mística de que "a camisa rubro-negra só se veste por amor" constitui-se na consagração do poder coletivo da paixão.

Tal qual um Furacão, que extrai a sua força do impressionante fenômeno da natureza, o Atlético transforma-se em uma equipe incandescente com o calor transmitido pela torcida e supera as dificuldades mesmo nos momentos mais inesperados.

Um pouco de teatro, um pouco de religião, o Atlético faz bem à alma do povo.

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