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Estão gravadas as belas imagens da confraternização entre torcedores nas modernas arenas durante os jogos da Copa do Mundo no Brasil. Foi um show de civilidade e cores, apesar do papelão da seleção de Felipão. Bem que poderíamos ter aprendido algumas lições do último Mundial para tentar reabilitar o futebol brasileiro. Não somente o ambiente nos estádios, mas iniciar a sua própria reestruturação com mudanças no comando da CBF com pessoas mais capazes, com ideias avançadas e propostas que estejam de acordo com as reivindicações dos profissionais e os clamores da torcida. Se houvesse vontade política de mudar, mudaria, afinal nas eleições da CBF não existe o eleitorado "Bolsa Família". Ou existe?

Mas fiquemos, por hoje, apenas com a recuperação da segurança do público nos estádios e a valorização dos torcedores que não se uniformizam e não recebem verbas e benefícios para torcer. Há poucos dias, Atlético e Coritiba respiraram aliviados por não terem novamente perdido mandos de jogos pelos incidentes do último clássico. Receberam penalidades leves graças a atuação dos advogados e da boa vontade dos auditores do STJD, já que a dupla é reincidente. Mas não custa ficar atento, tomando as devidas providências para que a ameaça não se torne permanente.

Há muito tempo as chamadas torcidas organizadas foram longe demais. É pena, mas elas precisam ser contidas. Quando começaram, há cinco décadas, levaram para os estádios a beleza das bandeiras e a graça das coreografias. Mas, nos últimos anos, levaram também gritos de guerra, palavrões, violência e morte.

Não há lei para proibir a existência de organizações desse tipo, mas há forma de impedir que elas atuem nos estádios através de duas simples medidas: a numeração obrigatória de todos os lugares e a proibição da entrada de torcedores identificados com as camisas das uniformizadas.

A solução é misturar o público, como ocorreu durante a Copa, com o lugar marcado impedindo a reunião desses grupos. Porém, em vez das medidas necessárias, alguns clubes chegam a retirar cadeiras abrindo espaço para os causadores dos incidentes nos estádios. A conivência dos dirigentes fortalece as organizadas que, em troca, atuam como cabos-eleitorais. Ao contrário do que se imagina, a separação das torcidas incentiva muito mais à violência do que a mistura.

Reunidos, os grupos se transformam em verdadeiras brigadas e as cenas da barbárie no estádio de Joinville ainda estão bem vivas. É uma irresponsabilidade permitir a formação natural de dois exércitos uniformizados, prontos para a batalha. Não há policiamento nem cordão de isolamento que impeçam o contato e o conflito. Organizar a entrada do torcedor é tarefa mais fácil do que perseguir bandos enfurecidos, armados de porretes e bombas, como no último Atletiba.

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