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Às vezes o torcedor imagina um futebol pior do que ele está na realidade e, por isso, acaba não indo ao estádio. Ontem, entretanto, quem não foi a Arena da Baixada ficou no lucro. Que joguinho ruim.

Foi um Atletiba diferente do normal: não houve boa técnica, nem mesmo tensão e muito menos gols. Foi um clássico invernal, com a cara do nosso clima.

As torcidas tentaram animar um pouco, mas desistiram na metade da partida diante do melancólico rendimento dos jogadores, que se entregaram a uma marcação forte, zero de criatividade e iniciativa na meia-cancha e, consequentemente, jogadas de ataque inexistentes que facilitaram as atuações dos goleiros Vanderlei e Vinicius, espectadores privilegiados.

Nem mesmo Marcelinho Paraíba, a maior estrela em campo, conseguiu mostrar bom futebol e ainda por cima desperdiçou a melhor chance para marcar, ao livrar-se do goleiro atleticano e finalizar com pouca força, permitindo que o zagueiro Rhodolfo salvasse a lavoura rubro-negra.

Jogando em casa, esperava-se comportamento tático e técnico mais ousado do Atlético, mas o que se viu foi um time inseguro na retaguarda e sem equilíbrio no meio de campo, com Rafael Moura e Wallyson completamente divorciados entre os zagueiros do Coritiba. Essa pobreza técnica do sistema de armação inibiu qualquer tentativa mais aguda do Furacão, que se limitou a correria, chutões longos e nada de emoção para o torcedor.

O empate acabou sendo interessante para o Coxa que, mesmo atuando abaixo das suas possibilidades, foi quem mais procurou o gol e criou algumas chances mal concluídas.

Chamou atenção, primeiro, a manutenção do eficiente ala Márcio Gabriel na reserva; depois, a demora do técnico René Simões em colocá-lo em ação mesmo com o baixo rendimento de Rodrigo Hefner. Marcos Aurélio estava com tanta vontade de entrar que chegou a correr até o treinador imaginando que entraria já que Bruno Batata não fez nada no período em que substituiu o lesionado Ariel.

Fato novo

Uma partida não deve ser analisada apenas pelo resultado. Existem muito mais coisas embarcadas em um jogo de futebol, que vão além do escore que faz a alegria de alguns e a tristeza de outros. Para entender a filosofia de trabalho do técnico Sergio Soares e promover um exame minimamente real do futuro do Paraná no campeonato é preciso penetrar na alma dos jogadores. Ou no espírito de jogo, observados nos jogadores do Paraná depois da humilhante goleada no Serra Dourada.

Nos jogos com o Ipatinga e o Guarani mudou o comportamento da equipe que, consequentemente, passou a encarar os desafios com maior personalidade e mais disposição física. A boa atuação em Campinas, a quebra da invencibilidade do Guarani e os gols de Davi e Alex Afonso foram consequência da nova postura tricolor. Que continue assim.

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