Cartas na mesa

• 0

Se a Alemanha havia salvado a primeira rodada, na segunda, Uruguai e Argen­­tina aplicaram goleadas colocando mais pressão sobre o técnico Dunga e o seu sistema de jogo excessivamente defensivo.

As cartas estão na mesa da seleção brasileira que, necessariamente, terá de ser mais ousada e objetiva na partida com a Costa do Marfim.

Os argentinos mostraram força coletiva e, sobretudo, um ataque realizador com excelente performance de Lionel Messi e o oportunismo de Higuaín, novo artilheiro da Copa.

Mas é importante destacar que os dramas defensivos continuam com o baixo rendimento de Demichelis e a lesão sofrida pelo experiente Samuel.

Interesses

A exclusão do Estádio do Mo­­rumbi dos planos da Fifa resume-se a guerra política entre a CBF e o São Paulo, com suspeita de interesses para a construção de um Engenhão paulista para o Corinthians.

É mais ou menos o que ocorre em Curitiba com o Atlético fazendo a sua parte, sem que o governo do estado e a prefeitura da cidade tenham ajudado, como prometido, na conquista de parceiros para a conclusão da Arena da Baixada.

A Fifa fechou os olhos para os problemas de estacionamentos distantes na maioria dos novos estádios alemães na Copa de 2006, sem esquecer do estado pre­­cário do antigo Estádio Olím­­pico de Berlim, construído em 1936, que sofreu poucas reformas por ter sido tombado pelo patrimônio público.

Agora, na África do Sul, além da falta de segurança nas ruas e nos hotéis, o transporte coletivo é lastimável, trânsito caótico em todas as grandes cidades e também estádios mal construídos.

Houve milhares de reclamações de torcedores que adquiriram ingressos em pontos cegos nos estádios, precariedade sanitária nos banheiros, desconforto nos reservados de imprensa, poucas áreas de escape e, novamente, estacionamentos muito distantes dos locais dos jogos.

Por que, então, tantas exigências para a Copa de 2014 em um país com carências mais importantes que precisam ser resolvidas para melhorar a vida do povo brasileiro?