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Como as cartomantes e os economistas, o jornalismo esportivo é dado a previsões furadas. Mas é absolutamente inevitável diante da imponderabilidade da bola. Quem, de sã consciência, apostaria na eliminação do Coritiba pelo Iraty? Se o Atlético escapou por pouco das garras do Nacional e o J. Malucelli livrou-se de parar no Cianorte, o Coxa não teve a mesma sorte e afundou no campeonato.

Agora, só resta ao Coritiba tentar sair honrosamente, o que, na prática aos olhos dos seus torcedores, significa colocar água no chope do Atlético e entregar o titulo de bandeja ao J. Malucelli.

Por isso e, sobretudo, pelo fato de o Furacão jogar pelo título, o clássico de amanhã revestiu-se de grande importância e natural expectativa.

Tecnicamente as equipes se equivalem, se bem que o sistema defensivo do Coxa vinha apresentando melhor rendimento. Em compensação, o ataque tem sido uma peça quase nula, enquanto a maior virtude do time de Geninho é exatamente o elevado aproveitamento ofensivo. Mas tem furos na retaguarda, especialmente pela limitação técnica de Rhodolfo e pela improvisação de Chico como zagueiro, já que ele é um exímio volante.

Mas se o técnico Ivo Wortmann vinha encontrando dificuldades para equilibrar a meia-cancha, com destaque ao inexplicável afastamento do combativo volante Douglas Silva, Geninho acertou na mosca ao definir-se pelo paraguaio Julio dos Santos no sistema de armação.

Nas alas, os dois times continuam capengas e atrás de soluções mais eficientes. Raul é a nova esperança dos atleticanos pelo setor direito, porém a nova improvisação de Pedro Ken custou o cargo do técnico coxa-branca.

Enquanto a maioria acompanhará o empolgante Atletiba, o J. Malucelli tentará superar o Nacional, em Rolândia, exatamente o melhor time do interior nesta temporada.

Outro dia, conversando com Leandro Niehues, durante fantástica galinhada na casa de Lori Sandri, senti que o jovem técnico revelação está satisfeito com o que já conseguiu neste campeonato, mas não descarta a hipótese de tornar-se campeão diante de um descuido atleticano. Ou seja: ele vai com tudo para cima do Nacional, apesar dos desfalques sofridos pela sua equipe.

Sortilégios

Vejam só como são as coisas no mundo do futebol. Celso Roth montou um time forte, o Grêmio começou a decolar na Libertadores, mas ao perder dois Grenais e sair da corrida pelo título gaúcho, deixou o cargo.

Mas o Grêmio pode terminar em primeiro lugar entre todos os participantes da Libertadores, desde que vença o Boyacá Chicó e, consequentemente, garantirá todos os segundos jogos do mata-mata no estádio Olímpico. E isto faz toda a diferença em um torneio desta magnitude.

O peso da rivalidade doméstica derrubou Celso Roth, apesar do bom trabalho que vinha realizando. São os sortilégios da bola.

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