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Estamos vivendo tempos estranhos pelo mundo afora. A interminável guerra civil síria que provoca o êxodo da população, a invasão da Europa pelos desesperados refugiados, as barbaridades cometidas pelo Estado Islâmico com o silêncio das potências militares e da desgastada ONU, a eterna fome na maioria dos países africanos e, por aqui, a gravíssima crise econômica que atazana a vida dos brasileiros.

Claro que já tivemos crises iguais ou maiores, tais como a moratória no final do mandato do general Figueiredo, os planos Funaro, Zélia e Bresser que agravaram o caos econômico até a criação do salvador Plano Real, reduzido a pó nos últimos anos.

O drama agora é que além das finanças abaladas instalou-se incontrolável embate político. Temos um governo fraco e uma oposição medíocre.

No futebol não é diferente. Em vez de procurar recuperar a magia original do futebol pentacampeão os dirigentes só tratam de negócios. Só têm cabeça para conquistar patrocínios, sócios, parceiros, shows, mais verbas da televisão ou venda de jogadores. Nada de um calendário racional ou profunda reformulação nas categorias de base para a revelação de novos craques.

O torcedor anda cansado de promessas e de projetos mirabolantes para a construção de arenas caríssimas. O torcedor quer melhores jogadores, times que vençam e proporcionem alegrias.

Há excesso de organograma e carência de humanograma.

Vejam o absurdo representado pelo rodízio que alguns treinadores implantaram: além da queda técnica com tantas mudanças eles conseguiram tirar o comprometimento dos atletas com os objetivos dos clubes. Claro, quando o jogador vai para o banco de reservas desliga-se da motivação e demora a readquiri-la, enquanto que o suplente que entra, além de não possuir os mesmos recursos técnicos, também encontra dificuldade para entrar no clima psicológico do grupo.

Nunca vi tanta burrice concentrada como agora no futebol brasileiro, dirigido por pessoas também descompromissadas com os sentimentos do torcedor.

Eles enchem os bolsos dos jogadores e treinadores, alguns dirigentes também beliscam polpudas comissões, e todos navegam alegremente sem se importar com o sofrimento do ingênuo e apaixonado aficionado que se torna sócio, compra produtos do clube, vibra com as raras vitórias e amarga as seguidas derrotas no campeonato caracterizado pela irregularidade.

O Corinthians vinha sendo o único time com regularidade no campeonato e acabou perdendo. Mas dificilmente deixará de ser campeão, pois o técnico Tite é um dos poucos que mantém a unidade da formação titular e demonstra respeito com o sentimento do torcedor.

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