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Há nomes que de tanto ouvir na infância passam a fazer parte do inconsciente. A Mesopo­­tâmia dos bancos de escola, por exemplo, mesmo sem conhecê-la até hoje, é uma das regiões mais bonitas do planeta – e se mantém assim na minha memória – como importante rota comercial durante milênios atravessada por caravanas, repleta de mercadores e camelos, entre os rios Tigre e Eufrates.

O Flamengo é outro nome que ficou gravado desde os primeiros contatos que tive com o futebol. Tudo por causa do rádio e das revistas esportivas.

Naquele tempo as transmissões pelo rádio entravam direto na veia. Não existia televisão, internet, celular, fax e, no interior, a telefonia fixa estava sendo instalada e a luz elétrica sofria cortes diários. O rádio e o cinema eram absolutos e alimentavam a nossa imaginação.

O Flamengo acabara de conquistar o segundo tricampeonato e só se falava disso nas emissoras cariocas Nacional, Tupy e Mayrink Veiga, que pegavam melhor do que as emissoras locais. Nomes como Fleitas Solich – técnico, ou Dequinha, Evaristo, Índio, Dida e Zagalo passaram a fazer parte do cotidiano.

A primeira vez que vi o Flamengo jogar foi em 1959, em Ponta Grossa, num amistoso com o Guarani: 5 a 2, em noite inspirada de Moacir, Henrique, Dida e Babá. Pura magia.

O Flamengo sempre proporcionou grandes espetáculos para a plateia paranaense em jogos que se eternizaram frente ao Colorado, o Coritiba e, sobretudo, o Atlético. Basta dizer que o maior público de todos os tempos na história do nosso futebol – 65 mil pagantes – foi num Atlético 2 x 0 Flamengo, no estádio Couto Pereira, nas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1983.

Faltou o terceiro gol para que o Furacão de Washington, Assis, Lino e Capitão, eliminasse o maior Flamengo de todos os tempos – campeão mundial de clubes – com a constelação de Zico, Leandro, Junior, Tita e outros.

A Arena da Baixada abre as portas para mais uma tarde tipicamente rubro-negra só que, desta vez, nem Atlético, nem Flamengo estão jogando bom futebol.

Mesmo na condição de campeão brasileiro, mais por obra do fracasso dos concorrentes e da surpreendente performance individual de Adriano e Petckovic, o Mengo desta temporada continua esta longe das suas tradições.

E o Atlético ainda não conseguiu encontrar a formação ideal e muito menos adquiriu o padrão de jogo necessário para livrar-se da crônica ameaça de rebaixamento.

Mas a empolgação da torcida promete ser das maiores e certamente a escassez de craques será esquecida logo após o apito inicial do árbitro.

O buquê de renovadas esperanças e boas intenções será mostrado na hora da festa rubro-negra na Arena da Baixada, afinal será mais um legítimo clássico Atlético x Flamengo.

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