Há um século o Paraná tenta emplacar um ministro no Supremo Tribunal Federal e um escritor na Academia Brasileira de Letras: Ubaldino do Amaral e Emílio de Menezes foram os únicos.
A nossa representatividade política sempre foi modesta no panorama nacional, consagrando apenas exceções históricas como Bento Munhoz da Rocha Netto e Ney Braga. Com pouco brilho intelectual e compulsiva timidez, os políticos paranaenses contentam-se com pouca coisa.
Outro dia foi noticiado que o plano de ação do governo federal destinará apenas R$ 75 milhões para as obras de infraestrutura e ampliação do Aeroporto Afonso Pena. Uma merreca, diante do que se vai gastar nos demais aeroportos do país e, sobretudo, nos estádios públicos para a Copa de 2014.
O Paraná não possui um grande estádio público o Pinheirão porque o projeto de José Milani, na década de 1960, foi dinamitado de todas as formas, mesmo quando o governador Paulo Pimentel admitiu a possibilidade de sua construção.
O futebol paranaense jamais recebeu qualquer ajuda oficial, tanto que todos os clubes tiveram de construir os seus estádios com recursos próprios.
No presente, enquanto a dupla Grenal ostenta patrocínio do Banrisul banco público e da montadora de automóveis do estado nas camisas, nem a dupla Atletiba e muito menos o Paraná jamais foram beneficiados pelo salto industrial registrado nos últimos 15 anos. Sempre que procuraram patrocínio os times bateram com o nariz na porta. É como diz o velho ditado: quem não tem padrinho, morre pagão.
Quando iniciou as tratativas para a realização da Copa no Brasil, o presidente Ricardo Teixeira sequer foi recebido pelo governador do Paraná. Depois, houve elaborado esforço para que Curitiba não ficasse de fora. Agora, na última hora da definição, a nossa capital corre o sério risco de perder os benefícios proporcionados pelo evento por causa da marcha lenta dos nossos políticos e administradores.
Tentaram jogar a responsabilidade no colo do Atlético que, prudentemente, recusou o encargo, colocando a Arena da Baixada à disposição dentro da sua capacidade de construção e não conforme as exigências do caderno de encargos da Fifa. Para atender as pretensões da entidade internacional haverá a necessidade da injeção de R$ 100 milhões e, até agora, não foram apresentadas garantias financeiras ao BNDES.
O curioso é que não se falou na busca de parceiros privados e muito menos de empresas mistas nacionais que investem em clubes do eixo Rio-São Paulo-Minas há muito tempo.
Curitiba, lamentavelmente, corre o risco de ficar fora da Copa do Mundo.