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A América do Sul é uma região ainda desconhecida por milhões de habitantes dos centros econômicos, políticos e culturais mais importantes do planeta. Aos trancos e barrancos algumas economias desta região começam a chamar a atenção e o Brasil surge como a estrela mais reluzente do imenso céu de oportunidades.

Mas ainda somos carentes, não só pela falta de infraestrutura como pela ausência de decisões políticas que, efetivamente, atendam as necessidades da população. Em vez de gastar milhões com a construção de estádios de futebol para a próxima Copa, o governo deveria ter investido na recuperação de estradas, portos, aeroportos, ferrovias, escolas, hospitais, segurança pública etc. Mas o que dá visibilidade é o circo, já que o pão continua sendo servido através de bolsa família, telefones móveis e automóveis para todos.

No futebol as decisões também demoram, tanto que mesmo com nove títulos mundiais de seleções e diversas conquistas importantes de clubes, esta região não consegue copiar o que existe de melhor na Uefa Champions League. Até pelo contrário, pelo excesso de participantes a maioria dos jogos da Sul Americana e da Libertadores lembram os modorrentos campeonatos estaduais brasileiros em andamento.

Tem tanto time mixuruca disputando os torneios continentais que a carcomida Conmebol, contaminada pela politicagem característica deste lado do Equador, demonstra falta de autoridade para punir exemplarmente Tigre, Arsenal e outros que aprontaram barbaridades em jogos oficiais. Essa gente é do tempo de sair no braço com a polícia dentro do campo e nos vestiários, indo parar na delegacia mais próxima para "as devidas providências naquela especializada", como escreviam os antigos repórteres policiais.

Por aqui, subvertendo a lógica e colocando os seus adversários em xeque, o Atlético lidera o returno e ameaça chegar à decisão do título com um time sub-23. Mesmo assim, tenho visto e ouvido atleticanos mais interessados em saber detalhes do teto retrátil e do show da cantora Beyoncé na inauguração da nova Arena, do que nos gols de Douglas Coutinho e companhia.

A coisa anda tão confusa que enquanto dirigentes esboçam sinais de retomar a disputa da Copa Sul-Minas, o fracasso técnico e de público dos campeonatos estaduais devem se repetir no próximo ano. O presidente da CBF, José Maria Marín, pretendia reduzir o número de datas dos estaduais, entretanto, diante da forte oposição das federações – que mamam nas tetas dos grandes clubes –, no máximo duas datas serão cortadas, caindo de 23 para 21. Como a Copa paralisará o Brasileiro, sobrará para a pré-temporada, que deve diminuir mais, caindo dos atuais 18 dias para apenas dez.

Cada vez mais vamos entendendo o sentido da frase do Papa Francisco: "Foram me buscar no fim do mundo...".

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