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Além do mau estado da maioria dos gramados, do baixo nível das arbitragens, do padrão técnico miserável das equipes e da desmotivação que deixam os estádios vazios, o Campeonato Paranaense está ameaçado de ver o Arapongas fechar as portas. Logo o Arapongas que, em meio a pobreza do futebol local, destacou-se com boas campanhas, sendo o melhor do interior no ano passado e ganhou vaga na Copa do Brasil.

Mas não é apenas o Arapongas que chama a atenção, afinal a crise econômica do Paraná bateu no teto com o leilão da área que o Palestra Itália ganhou da prefeitura de Curitiba, construindo seu modesto estádio, o qual foi inaugurado em uma partida diante do Coritiba pelo Estadual de 1965, curiosamente o último disputado pelo representante da colônia italiana em nossa capital.

Sem condições de formar elenco para disputar a Segunda Divisão, o tradicional "Nem que morra" morreu. E aqui cabe um registro histórico: "Nem que Morra" foi o apelido dado pela crônica esportiva ao último grande time do Palestra Itália durante a campanha de 1951, quando sagrou-se vice-campeão em acirrada disputa com o Coritiba.

Vítima de gestões irresponsáveis, o Paraná, que foi criado para servir como modelo administrativo para o país, vem sofrendo terrível processo de esvaziamento, que compromete o seu futuro como time de ponta no futebol profissional.

Menos mal que a atual diretoria confessou a verdade para acabar com a mentira de que o Paraná teria solução de sobrevivência pelas vias normais. Não tem. E só mesmo com medidas extremas, como essa de perder mais um pedaço do seu patrimônio – o primeiro foi a venda do Estádio Paula Soares, no Jardim Guabirotuba, que também foi uma doação pública, daí para o extinto Britânia – o clube conseguirá diminuir o impacto do drama gerencial-econômico-financeiro que vem corroendo as energias dos dirigentes, que tentam encontrar uma luz no fim do túnel.

Voltemos ao Arapongas que, como a maioria dos clubes do interior paranaense e paulista, pertence a donos, ou, por outra, a grupos empresariais que investem no futebol sem qualquer vínculo com a cidade que representam. A simples menção de que o "Arapongas" pode se mudar para Maringá confirma essa lamentável tendência para tentar manter vivo o futebol dos pequenos centros.

E Maringá, que já teve um dos melhores times do estado – três vezes campeão e finalista outras tantas vezes – caracterizou-se nos últimos anos pela mudança de nome e, consequentemente, de registro, por impossibilidade de responder civilmente pelos compromissos assumidos com fornecedores e outros credores, encerrando a mística do "Galo do Norte" que fazia a alegria do povo no Estádio Willie Davis invariavelmente lotado.

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