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Pergunta-se até quando os homens decentes se sentirão impotentes ante os indecentes.

Disraeli, respeitado primeiro-ministro britânico na era vitoriana, responderia que isto só se modificará quando os homens de bem passarem a ter a mesma audácia dos canalhas.

O certo é que, seja qual for a forma que a pessoa buscar para expressar a sua indignação com o comportamento de nossa classe política, dificilmente conseguirá atingir a sensibilidade da maioria dos seus membros.

Com as reformas necessárias emperradas ou se arrastando no Congresso Nacional, baixou uma cortina de derrotismo sobre o país.

Mas é importante resistir, lutar para mudar o panorama e encontrar um antídoto para o veneno do pessimismo.

“Viver é muito perigoso”, já dizia o jagunço Riobaldo, do portentoso escritor João Guimarães Rosa, e o personagem principal de O apanhador no campo de centeio, do eremita J.D. Salinger, sabe disso melhor do que ninguém. Mas também viver é a melhor forma de se vencer o medo, a angústia e os desafios diários de cada um.

Até o futebol, a maior paixão popular, foi alcançado pela onda de pessimismo.

O 7 a 1 da Alemanha funcionou como uma espécie de senha para a desilusão geral. Felizmente para a saúde do futebol brasileiro, ele é uma atividade que se recupera com rapidez. Ao contrário da economia, por exemplo, que demora a engrenar na revitalização de todas as atividades produtivas, o futebol dá a volta por cima com relativa facilidade.

Como tem jogo toda hora e os campeonatos se sucedem ou se superpõem, é mais fácil para os treinadores e jogadores conseguirem resultados satisfatórios.

Está aí a seleção brasileira, completamente recuperada por Tite, e com potencial técnico para ser apontada como uma das favoritas ao título na Copa da Rússia.

Os times também reagem. Alguns poucos mais, a maioria menos. É um misto de poder econômico com capacidade de gestão. Se o dirigente que tiver experiência futebolística for criativo, consegue formar elencos competitivos sem arruinar as finanças do clube. Não fosse isso, jamais um time de pequeno ou médio porte seria campeão de alguma competição nacional ou internacional. Ficaria limitado aos torneios regionais. E a história é farta em exemplos de vencedores, incluindo a dupla Atletiba que já foi campeã brasileira.

O bom do futebol é a surpresa, daí a expectativa positiva em torno do campeonato que se inicia neste fim de semana.

Vagas em torneios importantes, o título, a luta contra o rebaixamento, muita coisa estará em jogo.

O Brasileiro pode funcionar como antídoto para varrer o veneno do pessimismo que domina a maioria dos torcedores.

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