• Carregando...

O Coritiba ainda não en­­trou em crise no departamento de futebol por duas simples razões: o time vai somando os minguados pontinhos que o mantêm fora da zona de rebaixamento e o Atlético está pior do que ele.

Mas a campanha coxa-branca é sofrível e está longe de convencer a torcida de que o time alcançará colocação de destaque no campeonato. Dizem que tem gente pensando em organizar um torneio em Montevidéu para ver se o Coxa ganha algum título no Centenário – o histórico principal estádio da capital uruguaia.

A apresentação durante o primeiro tempo com o Botafogo foi muito fraca. Mais do que fraca, confusa, já que não se extraiu nada que pudesse lembrar uma organização coletiva em busca de algum objetivo definido. Foi um amontoado de jogadores correndo atrás da bola.

Claro que com as entradas dos alas Márcio Gabriel e Rodrigo Crasso as coisas melhoraram, mas o fundamental foi mesmo o espírito de luta que provocou a reação e o quase triunfo sobre o Botafogo, não fossem as interferências do árbitro no pênalti não assinalado e do Sobrenatural de Almeida na bola que bateu na trave da meta carioca no último minuto do jogo.

O Coritiba continua segurando as pontas, mas precisa reagir logo antes que afunde de vez. René Simões começou a sentir a pressão através da voz rouca das arquibancadas.

Identidade perdida

Com o mau aproveitamento do CT do Caju nos últimos anos, sem a presença diária de dirigentes eleitos para fiscalizar os profissionais, com tantas trocas de supervisores, técnicos e preparadores, mas, principalmente, pelo desfile de centenas de jogadores tecnicamente medíocres, o Atlético foi perdendo a identidade como time de competição.

Nem mesmo a mística da Arena da Baixada está fazendo efeito, tanto que se tornaram comuns as derrotas diante da inflamada e fiel torcida. E até mesmo goleadas humilhantes.

É uma constatação grave, e de consequências imprevisíveis, já que se trata de um clube exclusivamente de futebol, cujo principal departamento foi tratado de forma relapsa nos últimos cinco anos.

Os cartolas se dedicaram mais aos projetos mirabolantes de marketing e a conclusão do estádio para a Copa do Mundo, relegando o time a um segundo plano.

Apesar de tudo, a torcida respondeu à chamada e 25 mil atleticanos associaram-se, mesmo sendo tratados de falacianos pelos profetas do apocalipse que dominaram o clube nos últimos tempos.

Com a nova diretoria, esperava-se revolucionária política para o futebol – utilizada como compromisso de campanha –, porém a falta de planejamento, o troca-troca de técnicos e as contratações de jogadores continuam longe do que foi idealizado pela torcida.

Há muito tempo o Furacão deixou de ser um time potente e vencedor, que se impunha aos rivais no Caldeirão e sabia surpreender fora de casa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]