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A 4 dias da abertura da Copa do Mundo pela segunda vez no Brasil observamos algumas semelhanças entre o evento ultraprofissional que está sendo feito com o semiamador de 1950.

A Europa tentava se reerguer dos escombros da Segunda Guerra e para retomar a vida normal a Fifa convidou o Brasil para realizar o campeonato, que aceitou como símbolo do esforço de um país para se projetar pela primeira vez internacionalmente. O futebol de 64 anos atrás era outro, o Brasil também era outro e a própria Fifa também.

Contando com apenas 13 seleções, após muitas delas terem desistido ou esnobado o anfitrião, a Argentina – a melhor seleção do mundo na década de 1940 – optou por não jogar porque o ditador Juan Domingo Perón cultivava uma rixa com o ex-ditador brasileiro, que seria eleito presidente da República, Getúlio Vargas.

Apesar de estarem fora dos padrões internacionais, os estádios foram aprovados pela Fifa, inclusive o Pacaembu e o Maracanã inacabados. Os custos foram elevados e os políticos contrários à realização do evento criticaram os governantes, com destaque ao talentoso orador Carlos Lacerda, com memoráveis duelos verbais na Câmara de Vereadores do Rio com o locutor esportivo e compositor Ary Barroso. O autor de Aquarela do Brasil defendia a construção do Maracanã e Lacerda, líder da oposição, entrou em choque com o prefeito Mendes de Morais discutindo desde o local do estádio, passando pelo projeto até chegar ao preço da obra. O Maracanã recebeu o nome de Mendes de Morais, cujo busto havia sido colocado na entrada do estádio e foi destruído pelos torcedores após a derrota na final para o Uruguai. O seu nome foi retirado e, anos depois, passou a se chamar Mário Filho, grande jornalista.

Qualquer semelhança com o Itaquerão não é mera coincidência, apenas semelhanças inesperadas entre as duas copas no Brasil. Aqui, a Rede Ferroviária havia construído o estádio Durival Britto e Silva que serviu como palco para os dois jogos da Copa em Curitiba. Obras atrasadas, custos acima do esperado, construção de alguns elefantes brancos, cidades sedes escolhidas por motivos políticos e incertezas até o último momento marcaram a Copa de 2014.

O governo estadual, a prefeitura e o Atlético se responsabilizaram pela edificação da Arena da Baixada que receberá quatro partidas neste mês.

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