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Bombas assassinas foram detonadas no meio do público durante a tradicional maratona de Boston; um membro da torcida oficial atleticana agrediu covardemente o repórter Bruno Abdala, da Rádio CBN, antes do jogo de domingo; dois torcedores do Ceará morreram, quando se encaminhavam para assistir ao clássico local, atingidos por disparos dados por um delinquente da torcida organizada do Fortaleza; 12 corintianos continuam presos na Bolívia após a morte de jovem torcedor do time de Oruro, atingido por um sinalizador.

Definitivamente, estamos vivendo tempos estranhos, afinal o esporte foi inventado para festejar a vida, glorificar os vencedores e unir as pessoas em torno do mesmo ideal. Porém, em nossos dias não é bem isso o que estamos assistindo. Muito pelo contrário, o ódio tomou conta dos corações de milhões de pessoas que usam a violência para alcançar os seus objetivos sórdidos e inconfessáveis.

De nada adianta investir bilhões de reais na edificação de modernos estádios para a Copa do Mundo, como a recém-inaugurada Arena Castelão, na capital cearense, se milhares de pessoas não estão preparadas para usufruir do conforto e da segurança, já que andam armadas, alimentam a violência e procuram agredir para satisfazer instintos primários e aplacar as suas inúmeras frustrações pessoais.

No mesmo instante em que a nova arena cearense passou por teste da Fifa para a realização da Copa das Confederações, as torcidas organizadas dos dois maiores times do estado se engalfinhavam nas ruas que dão acesso ao local que deveria simbolizar a alegria de viver, de experimentar as emoções proporcionadas pelo futebol e exteriorizar os sentimentos mais puros ao lado de amigos e familiares.

No passado era assim e os estádios serviam como ponto de encontro para a preparação, o regozijo e a celebração da paixão por um time de futebol. Hoje em dia, tristemente, o futebol tornou-se assassino, desonesto, violento, dinheirista e carregado de poderosos rancores.

Os principais agentes dessa espantosa agressividade são os dirigentes dos clubes que, irresponsavelmente, se atacam verbalmente, se provocam e aumentam os teores da rivalidade histórica tentando passar a ilusão de poder e destemor aos torcedores mais exacerbados, que, por serem intelectual­mente limitados, não medem as consequências e partem para a agressão.

Vejam o triste espetáculo que assistimos nos últimos dias para a escolha da praça onde se realizará o clássico Atletiba de domingo.

Pouco me importa onde será realizado o jogo, pois tenho certeza e convicção de que a policia militar encontrará inúmeras dificuldades para conter a ira dos ignorantes devidamente turbinados pelas declarações inconvenientes dos cartolas e pelos brados de guerra dos líderes das torcidas, incentivando e celebrando o ódio.

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