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É natural que o futebol brasileiro esteja experimentando um período de instabilidade em todos os sentidos após o longo reinado de Ricardo Teixeira na CBF. Os reflexos da transição podem ser observados tanto na cúpula da entidade, onde o presidente José Maria Marín não se sente seguro, passando pelos clubes, via de regra mal dirigidos e gastando mais do que podem, até chegar aos times e, principalmente, na instável seleção brasileira.

Sem esquecer, é claro, do tormento vivido por Atlético e Corinthians com a construção das arenas privadas para a Copa do Mundo. Ambos recebem recursos públicos das mais diversas formas e, por isso mesmo, as obras estão atrasadas e ameaçadas de não ficarem prontas até a data máxima fixada pela Fifa.

Mas, fiquemos hoje com os times, a seleção e o falso futebol do momento. Falso no sentido de ilusão, já que o título mundial do Corinthians serviu para mascarar muita coisa, não em relação ao Corinthians, que na realidade é um dos poucos clubes bem geridos e que mantém equipe competitiva.

Porém, o sucesso corintiano serve para esconder as mazelas dos grandes clubes falidos do Rio de Janeiro e de tantos outros que se equilibram graças a certa mídia generosa que esconde embaixo do tapete as dívidas e as loucuras que se sucedem na contratação de jogadores que dificilmente oferecem o retorno prometido.

Os estaduais em andamento servem como retrato pronto e acabado do amadorismo dos dirigentes que se submetem exclusivamente para atender aos interesses políticos da CBF e das federações. O caminho óbvio indicado seria a criação da Liga dos Clubes, como se faz há anos na Europa, estabelecendo um novo e efetivo calendário profissional para o futebol brasileiro, que ainda esta muito distante da organização dos grandes clubes do Velho Continente.

O espetáculo que dá gosto ver é o europeu. Observem que pouca gente fala do Campeonato Paranaense ou discute os jogos no dia seguinte, indicando desinteresse pela disputa e falta de motivação pelo baixo nível técnico dos times. Em compensação, todos aguardam com expectativa as quartas de final da Liga dos Campeões, destacando-se os confrontos entre PSG x Barcelona e Bayern x Juventus.

Tudo porque o torneio reúne a fina flor do futebol mundial, com jogos disputados em gramados perfeitos, estádios lotados e arbitragens bem acima do padrão sul-americano.

Diante disso, registra-se um clima de transição no futebol brasileiro, com muita gente pedindo mudanças no comando da CBF, planejamento racional de novo calendário para os próximos anos e, sobretudo, a recuperação técnica dos times e da seleção, que terá a responsabilidade de defender a sua tradição dentro de casa na Copa das Confederações e na Copa.

Felipão, Neymar e companhia estão sendo devidamente avaliados pelo torcedor.

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