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Preparem-se para uma Copa do Mundo diferente. Não pelo fato de ser realizada na África do Sul, mas porque o futebol está mudando e adquirindo acentuado nivelamento técnico.

Sempre houve lógica no futebol, como em qualquer outro esporte, só que a chamada zebra sempre foi mais comum no futebol em relação, por exemplo, ao vôlei ou ao basquete, onde o melhor time sempre vence o considerado tecnicamente inferior.

No futebol sempre houve espaço para a surpresa, claro que em escala reduzida, tipo 9 para 1 em 10 confrontos. Mas, de vez em quando, um supertime conseguia perder furando o bolão da loteria ou fazendo a alegria dos incrédulos.

Ultimamente, entretanto, os grandes times estão encontrando maior grau de dificuldade para superar os considerados pequenos. Ainda mais em torneios curtos, estilo mata-mata, como as copas nacionais ou os torneios internacionais.

Nos campeonatos mais longos o peso do elenco acaba influindo e determinando que o campeão e os primeiros colocados sejam, invariavelmente, as mesmas equipes em cada país.

A globalização fez com que os principais jogadores migrassem e, hoje em dia, todos conhecem o jeito de jogar das equipes e de cada seleção. Como diria Vanderlei Luxemburgo: "Não tem mais time bobo por aí".

Porém, nos torneios como Copa do Brasil ou Copa do Mundo, por exemplo, os times de menor porte alcançam resultados satisfatórios.

O ensaio na Copa das Confederações – com o surpreendente brilho dos Estados Unidos e África do Sul – significa que as coisas estão mudadas e que teremos surpresas no próximo Mundial.

O sucesso de Joel

Com jeito de humorista, mas demonstrando capacidade no trabalho, Joel Santana fez sucesso com a África do Sul e por pouco não conquistou melhor classificação. Endureceu os jogos com o Brasil e a Espanha, revelando capacidade de evoluir a ponto de tirar proveito como mandante na próxima Copa do Mundo.

Muita gente vibrou com o seu jeito de falar inglês na base do "Bafana, Bafana play match very good!", enquanto outros preferiram criticar os seus erros de gramática. Bobagem, pois Joel Santana é da minha geração de brasileiros que recebeu aulas de francês, inglês e latim no colégio. Teria sido melhor, depois da Segunda Guerra, concentrar o currículo com aulas de inglês que havia derrubado o francês como idioma comercial do planeta.

Como poucos falam perfeitamente inglês no Brasil, estão errados aqueles que ridicularizaram Joel Santana. Ou se considera saber inglês repetir com pronuncia caprichada essas expressões coladas nos vidros traseiros dos carros?

O que interessa são as ideias que o técnico transmite aos jogadores, através do intérprete, seu comportamento profissional e o resultado das ações nos jogos, e não a maneira como tenta falar para ser simpático com a imprensa.

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