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A queda do Brasil e da Argentina, quinta-feira, na abertura da fase classificatória para a Copa da Rússia, parece que veio no mesmo embrulho que derrubou no dia anterior os intocáveis Blatter e Valcke, levando no esqui (desculpe a rima), o Platini. E que antes desmascarou Havelange, escorraçou Teixeira, e prendeu Marin.

Pois é, o nosso planetinha não é mais aquele. Ou, o que é mais provável, é aquele sim, com as máscaras derrubadas. Está numa efervescência dos diabos. Na política, no futebol, na religião, na sociedade em geral.

Além do jogo de Santiago, assisti a parte da vitória do Equador em Buenos Aires. Brasil e Argentina começaram a perder as partidas de quinta-feira já na descida do ônibus para os vestiários. Na postura de celebridades que acreditam ser, e que a bem da verdade de certa forma são, carregaram para o campo a soberba, sob os holofotes do imaginário. O Chile e o Equador jogaram com técnica e com alma. Por isso ganharam.

Esta semana assisti ao documentário “Chico – o artista”, na abertura do Festival do Rio. Nele, Chico Buarque relata que foi convidado pelo ex-jogador Figo para uma pelada beneficente em Lisboa, junto com ex-jogadores famosos. Disse que chegou “fantasiado” de jogador de futebol, com terno Armani e óculos escuros. Selfies e autógrafos na descida do carro. Ninguém sabia que se tratava de um artista das letras e da música, e não de um ex-craque. Já no campo, ao vê-lo de calção e pernas pouco musculosas, Zidane perguntou para o Romário: “Quem é este senhor?”. Risos da plateia.

Pois é, Chico fez o inverso. Alguns jogadores não conseguem deixar o agasalho da fama nos vestiários. Não desligam a lâmpada da vaidade ao entrar em campo. E isso pesa, como pesou para Brasil e Argentina, duas seleções recheadas de celebridades, e vazias de perseverança.

O interesse pela seleção brasileira e pela Copa do Mundo mudou bastante. Os escândalos de corrupção e o humilhante 7 a 1 tirou o encanto daquele que foi o maior evento para o povo brasileiro. E que poderá sair de cena em 2018.

Talvez haja uma mudança radical na cúpula do futebol antes da Copa na Rússia. Quem sabe até com a extinção da Fifa e a criação de uma Liga Internacional, com apoio (leia-se, comando indireto) dos megapatrocinadores, que cobiçam controlar de outra forma a gigantesca popularidade e faturamento que o futebol oferece.

Será que o esfacelamento da quadrilha da Fifa, além da corrupção, não é obra de confronto com a NOM – a teoria conspiratória da “Nova Ordem Mundial” – o suposto e poderoso grupo secreto que estaria planejando dominar e escravizar o mundo, por meio de um governo mundial único? Quem sabe.

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