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Uma piada corria solta diante a tensão da Guerra Fria. Norte-americanos e soviéticos disputavam o espaço sideral, com gastos enormes. Tudo “justificado” pelo dualismo ideológico de quem, digamos, estava mais errado dentro do sistema político-social: o comunismo ditatorial ou o capitalismo selvagem.

O objetivo das duas potências era chegar à Lua. Quem pisaria antes? Aí vem a piada. Preocupados com uma possível chegada soviética, os EUA reuniram os maiores nomes da propaganda traçando um plano “b” para, ao menos, ofuscar o suposto avanço inimigo.

Surgiu então a ideia genial. “Se eles lá chegarem antes, vão pintar a lua de vermelho. Melhor pra nós. Vamos depois e cravamos em branco a logo Coca-Cola.” Não precisou. Armstrong foi o primeiro a pisar no romântico satélite, e a tinta foi extinta.

As pessoas percebem o primeiro produto a penetrar-lhes na mente como sendo superior. O marketing é uma batalha de percepções, não de produto. Mas há o outro lado da questão. Aquela onde o produto, mesmo de qualidade interessante, entra capenga no mercado. Sem estudos de retorno. Sem consultas. Ignorando efeitos colaterais.

A ingenuidade do presidente do Boa Esporte ao contratar o goleiro Bruno foi absurda. Expor um réu, mesmo antes do julgamento final, porém de condenação pública, em estádios de futebol, onde o xingamento é livre, foi um tiro no pé. Marketing ao avesso. O marketing, no esporte ou fora dele, é muito forte. Para o bem ou para o mal.

O Paraná Clube, por exemplo, está usando para o bem. Aliás, foi concebido por dois marqueteiros inteligentes – Zeno Otto e Ernani Buckmann –, por isso o sucesso na criação das cores (as mais carismáticas), nome (fácil de absorver, agradável, simpático), e slogan (o clube do século 21).

Depois de erros históricos, hoje há laivos de esperança. No campo existe uma sintonia fina entre gestor e comissão técnica. Antes, na carpintaria da Vila, o martelo era acusado de fazer barulho, o parafuso só dava voltas, a lixa era áspera. Rodrigo Pastana, dizem, uniu. O martelo é forte, o parafuso une e dá força, a lixa afina a aspereza. Os membros se entendem.

Na outra ponta, o Paraná contou com a sorte de Coritiba e Atlético abdicarem da tevê aberta. A cada domingo, em horário nobre, expõe sua marca por quase duas horas. Significa um valor comercial aproximado que equivale R$ 2 milhões por jogo. Cerca de R$ 20 milhões no regional. Além de um público do sofá de 600 mil pessoas a cada domingo, dentro dos índices de audiência apuradas. Sem contar a cota paga pela instituição televisiva.

Enfim, esta é a rota certa do Paraná no momento. A torcida quer esquecer os anos passados, onde o time começa ganhando como nunca e acaba desabando como sempre. Voltar para a Série A é o foco maior. O trem de essa vez não pode descarrilar. O marketing na divisão de cima é uma boa. É outro. Leva à lua.

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