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É o novembro mais longo da vida atleticana. O primeiro indício surgiu minutos após a classificação contra o Grêmio, quando começaram a pipocar nas redes sociais confirmações de compras de passagens aéreas para o jogo de volta, no Rio, sem que se tivesse a menor ideia de como funcionaria a venda de ingressos, muito menos em qual cenário o Atlético irá ao Maracanã. Diariamente, mesmo com o Brasileiro pegando fogo, o horizonte rubro-negro sempre apontava para amanhã e para o dia 27. Uma lógica da qual o time não fugiu.

Se a derrota para o Criciúma foi um risco calculado, o atropelamento contra o Botafogo deixou claro que a atenção dos jogadores está totalmente voltada para a decisão com o Flamengo. Uma reação natural, humana, mas que cria uma pressão extra sobre o Atlético. Até dez dias atrás, a vaga na Libertadores via Brasileiro era uma certeza precisando de confirmação matemática. Ganhar a Copa do Brasil era um título nacional inédito, com o bônus de avançar ao torneio continental – e com direito de "escolher" qual vaga usar. Agora, a classificação via Nacional está duplamente ameaçada. Seja pelo quinto colocado, hoje o Botafogo. Seja por São Paulo e Ponte Preta, semifinalistas da Sul-Americana. Vencer a Copa do Brasil segue valendo mais pelo título, porém a passagem à Libertadores tornou-se mais segura pelo mata-mata do que no pontos corridos.

O Atlético terá de saber lidar com essa pressão. Como também precisará dosar com sabedoria a energia armazenada nos últimos dias, tanto no campo como na arquibancada, para a decisão que começa amanhã, na Vila Capanema. Bem aplicada, essa energia permitirá ao Atlético fazer coisas fantásticas, como no 3 a 0 sobre o São Paulo, ou no 3 a 0 sobre o Palmeiras, ou no 2 a 0 sobre o Botafogo. Jogos na Vila que o Atlético jogou melhor, venceu e não tomou gol, uma das chaves da final. Outra chave é manejar bem a pressão sobre o Flamengo. A diferença de investimento e torcida desequilibra o duelo. Sob a ótica carioca, não é um confronto de iguais. Uma lógica que o Atlético tem todas as condições de quebrar.

Desespero

Há algumas conclusões lógicas para a troca de Péricles Chamusca por Tcheco. O Coritiba reconhece que Marquinhos Santos não era o problema e foi um erro demiti-lo. O Coritiba reconhece que o seu grande problema foi a montagem do elenco, incapaz de absorver as contusões e suspensões comuns em um campeonato longo e com pouca folga. O Coritiba admite o erro de apostar em Péricles Chamusca para comandar um elenco mal formado, no lugar de um técnico que não deveria ter sido mandado embora. O Coritiba entende que não há mais espaço para revoluções táticas; a permanência na Série A terá de ser obtida na base da raça e do respeito à instituição. Nesse cenário, um ex-jogador do clube como Tcheco só faz sentido se for uma estratégia puramente emocional. O Coritiba joga toda a responsabilidade de evitar o rebaixamento para os jogadores. A estratégia ode ser definida em uma palavra: desespero.

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