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Celso Roth é um eterno candidato a assumir Grêmio ou Internacional. Seu divertido perfil falso no Twitter sempre sonha com o dia em que o original assumirá a dupla simultaneamente, uma flauta que dá a dimensão do seu nome em Porto Alegre. O Coritiba derrubou o técnico do Grêmio domingo e, claro, o nome do Professor aparece na lista. Começou lá no pé, abaixo de Tite e Felipão, mas vai galgando posições lentamente. Seria um favor ao Coxa.

Ei, espera. O colunista fica mais de dois meses ausente, dá uma quicada aqui sem mais nem menos depois da final da Copa e agora volta com essa? Logo depois de o Coritiba conseguir vencer a primeira fora de casa, sobre o Grêmio? Fala sério!

Falo sim. O Coritiba jogou muito bem contra o Grêmio. Marcou com determinação, partiu com eficiência ao ataque. Fez três gols no segundo tempo, mas poderia ter antecipado parte do serviço antes do intervalo, não fossem as duas bolas na trave. Tudo perfeito. Mas pergunto: qual o plano B de Roth para o Coritiba quando o time não conseguir marcar com determinação nem partir com eficiência ao ataque? A resposta está nos jogos anteriores do Coxa.

Roth é técnico de um plano só. Seus times não têm atalho. São uma linha reta sem fim. Um futebol rústico, que prima, antes de mais nada, por não perder. Se der, o time tenta ganhar. Quem joga assim está, inevitavelmente, mais perto da derrota do que da vitória. E essa distância para o fracasso diminui na medida que Roth tem um elenco limitado nas mãos. É o caso do Coritiba. Algo que a vitória sobre o Grêmio não atenua e nem a fuga do rebaixamento, perfeitamente possível em um campeonato com 15 times no mesmo nível, irá mudar.

O telefone de Roth já tocou várias vezes com o número do Grêmio no visor. Não custa tocar de novo, ainda mais com Ney Franco solto. Se não consegue vingar nos gigantes do futebol brasileiro, Ney é do tamanho exato do Coritiba.

Trabalhar dá trabalho

Muito se falou logo após o 7 a 1 da necessidade de rever conceitos no futebol brasileiro. Reação previsível, como também era previsível que a sanha por mudança logo esfriasse. O coração do torcedor comum já foi tomado pelo clube, muito mais identificado do que "aquela seleçãozinha vendida". A vista vai se acostumando aos gramados esburacados e passes errados. O centroavante caneludo já virou um Van Persie dos trópicos. É nesse vácuo de satisfação com quase nada e conformismo que o futebol brasileiro se afunda cada vez mais em mediocridade. Mudar de verdade exige planejamento, criatividade e disciplina. Dá trabalho. Algo que pouca gente parece interessada em ter por aqui.

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