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A história é contada por uma boa amiga. Ela, corintiana. O marido, coxa, assim como os dois filhos pequenos. Domingo o mais velho, de 4 anos, iria ao seu primeiro Atletiba. Entraria em campo com os jogadores, acompanharia a partida das cadeiras e, isso só se soube mais tarde, veria a vitória do seu time. Uma festa completa. Mesmo que o resultado fosse outro, a diversão estaria garantida. Não há espetáculo mais encantador para uma criança do que um estádio de futebol em dia de clássico. O colorido, o enorme gramado verde, a bola correndo de um lado para o outro, o susto com as reações impulsivas do torcedor que está logo ao lado. Certeza de paixão eterna pelo jogo.

Na hora de se vestir para o jogo, o menino foi direto na gaveta sacar a camisa do seu time. A mãe, previdente, sugeriu que ele fosse com uma camiseta azul, mais neutra. O garoto estranhou e, como é comum nessa idade, perguntou por quê. Meio sem saber o que dizer, a mãe explicou que ele poderia cruzar com a torcida do outro time e isso poderia não ser bom, porque as duas torcidas não são muito amigas. O menino captou a essência. Desfez o sorriso que o acompanhava desde o despertar, logo cedo, e disse que não queria mais ir ao jogo. E de fato não foi.

O exemplo trata de um menino coxa-branca, como poderia perfeitamente ser de um atleticano, em um clássico na Arena. O time é o menos importante. O principal é o estado de terror que a violência ligada ao futebol instituiu. Um cenário em que não é mais possível fazer com segurança o movimento mais elementar de um torcedor: sair para a rua com a camisa do próprio time, pois é dia de clássico.

Desde a semana passada tentamos engolir atravessado a morte estúpida do boliviano Kevin Espada. Não podemos, porém, perder de vista que a cada fim de semana o futebol morre um pouco no coração de centenas de jovens e futuros torcedores.

A decisão

Há dois movimentos do Londrina que devem ser cuidados de perto pelo Coritiba. 1) Neílson abre pela direita, Wéverton pela esquerda e Celsinho vai pelo meio, como um falso 9. Com o trio, o LEC tem condições de ficar no mano a mano com os três zagueiros do Coritiba. Motivo para Marquinhos mudar o esquema, ainda mais sem Gil; 2) Bruno e Germano fecham com Diogo Roque um tripé de volantes sem a bola. Com ela, transformam-se em armadores e, constantemente, correm para as costas do lateral adversário e buscam a jogada de linha de fundo. Outro bom motivo para abandonar o terceiro zagueiro.

Há dois movimentos do Coritiba que devem ser cuidados pelo Londrina. 1) Diogo Roque é volante limitado, precisa fazer a bola chegar logo em Bruno ou Germano. Se for pressionado, a tendência é de que perca a bola – e perto da área; 2) A exemplo do LEC, o Coxa também tem uma variação simples para três atacantes. Rafinha abre pela esquerda, Julio César pela direita e Alex aparece como falso 9. Motivo para Tencati pensar em pôr um marcador no lugar do ofensivo lateral Wendell, suspenso.

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