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Vamos começar com o lado bom. O Atlético venceu. E ponto. Sofreu como ninguém para passar por um time de segunda linha do futebol paraguaio, fez um gol contestado (com razão, por falta de Walter na origem do lance) e agora vai sofrer um bocado para tentar manter a magra vantagem na partida de volta contra o Esportivo Luqueño, lá fora.

O lado bom ficou só no resultado, pois o time não sabe fazer mais do que isso, de tão limitado que é. Mas ganhou uma sobrevida, pode armar uma estratégia defensiva na semana que vem e conseguir chegar à semifinal da Copa Sul-Americana.

Terá de jogar muito mais do que ontem. Tanto que, para se ter uma ideia, o melhor do Atlético em campo foi novamente o goleiro Weverton. Jogando em casa, contra o Luqueño. Imagine como vai ser lá.

Teoria da conspiração

Já começou a circular nos meios esportivos a especulação sobre uma possível troca de comando na seleção brasileira. Basta acompanhar alguns (ou um deles, que seja) dos inúmeros debates e programas esportivos das TVs por assinatura. Sempre tem alguém dizendo ter ouvido de uma “fonte fidedigna” que a cúpula da CBF não estaria satisfeita com o trabalho do técnico Carlos “Dunga” Verri, que seria bom para dirigir o time em amistosos e não em partidas oficiais.

Bem, primeiro a tal turma da CBF tem de tentar garantir seus próprios cargos – embora a torcida nacional seja para que tal não ocorra. Com o ex-presidente preso na Suíça e o atual acuado em seu canto, sem poder deixar o país para não correr o risco de ser detido pelas autoridades policiais internacionais, o futebol brasileiro anda um tanto à deriva, com cada um tratando de livrar a própria pele.

Mas não duvido de nada. Nem que estes jornalistas ou radialistas estejam até sendo usados por algumas pessoas para plantarem informações e, a partir delas, obterem uma resposta da opinião pública sobre o tema. Que é, pelo que se pode sentir, inteiramente a favor de uma alteração no comando técnico da seleção.

Que não seria para já, de imediato. A notícia (boato) que vem dá a partida contra a Argentina, em Buenos Aires, mês que vem, como crucial para decidir o futuro de Dunga. O que é, no fundo do fundo, um grande absurdo. Primeiro, porque se realmente há algo de errado no comando da seleção brasileira (e realmente parece haver, pois o comportamento do time está bem abaixo do que se poderia imaginar), dar mais um tempo para ver como fica talvez não seja o melhor caminho. O mal se corta pela raiz e o quanto mais cedo possível. E há, por outro lado, um fator que tem de ser considerado: não pode um resultado contra os argentinos ser considerado decisivo para qualquer mudança, pois até mesmo com nossos melhores times já nos demos mal com os vizinhos, a rigor a única seleção sul-americana que sempre esteve no mesmo nível da nossa.

Mas aí vem outra pista nesse quebra-cabeça. O favorito para assumir o cargo de técnico da seleção brasileira seria Tite, virtual campeão brasileiro com o Corinthians. Só que Tite, em plena campanha do Campeonato Brasileiro, não poderia comandar a seleção de imediato, mas nada impediria que estivesse em atividade na terceira rodada, em março do ano que vem. Sendo assim, Dunga dirigiria agora, dificilmente o time iria bem em Buenos Aires e haveria o pronto argumento para dispensá-lo – cumprindo aviso prévio na partida contra o Peru, na Bahia, três dias depois. E o caminho estaria livre para a CBF anunciar o treinador do ano que vem.

Os planos só seriam estragados com vitória brasileira na Argentina. Aí o técnico poderia repetir a frase de Zagallo, um dos seus antecessores no cargo: “vocês vão ter que me engolir”.

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