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 | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Fico aqui pensando. Será que vale a pena ficar esperando até a essa hora da noite de domingo para escrever algumas linhas que talvez não tenham significado algum nos próximos dias? Quem garante que essa rodada de ontem valeu e que os resultados obtidos não serão descartados nos próximos dias, conforme um parecer qualquer da justiça desportiva?

Difícil lidar com isso. O futebol brasileiro, que já não é lá um modelo de seriedade e administração, vem encontrando nos campeonatos estaduais alguns cancros que comprometem de vez o pouco que ainda resta de credibilidade nas instituições que dirigem o esporte no território nacional. Dirigentes mal preparados e distantes do verdadeiro interesse de fazer o esporte pelo esporte, pouco se importam com as competições em si ou seus resultados, bastando conseguirem se manter no poder – por menos que isso represente, desde que seja poder.

Esse campeonato paranaense jamais deveria ter prosseguido enquanto não estivesse resolvida a estranha situação do atacante escalado pelo J. Malucelli. E todo o imbróglio já começou por ali, já na primeira rodada, quando o regulamento da competição permitia sua escalação, por mais que fosse contra a lei maior, federal, que só autoriza liberação após publicação do registro pelo boletim da CBF.

Isso passou em branco na reunião do Conselho Arbitral que aprovou o regulamento do campeonato, sem que nenhum dos filiados levantasse a lebre da possível inconstitucionalidade de tal artigo. Compreensível, pois em reuniões assim nada se delibera, apenas se assina o que for para assinar e pronto, todos estão liberados.

Aí o erro foi descoberto, denunciado e encaminhado à justiça desportiva, que, lerda como sempre, arrastou o caso para além do limite do turno. E não houve nenhuma cabeça inteligente e decidir parar tudo até que se decidisse o que fazer. Por teimosia houve a primeira rodada, depois a eliminação do Malucelli e, ainda assim, insistiram na manutenção da fórmula errada, com sérios prejuízos ao Paraná Clube e ao Cascavel, que até espernearam, sem serem atendidos.

Mas, seja como for, alguns jogos já aconteceram. Podem ser anulados a qualquer momento, serem apagados da história. Ou não, vá lá saber. Mas então o Cianorte empatou e se classificou para a semifinal, o Londrina respirou com a mudança jurídica e, de perdedor na situação anterior, saiu de Paranaguá com a vitória.

Na Vila Capanema, um clássico dos mais disputados. E de casa cheia, provando que a torcida quer mesmo saber do jogo jogado, nada dessas cartolices. O Paraná Clube foi melhor o tempo todo, criou duas chances incríveis e não marcou. Prevaleceu o resultado da primeira partida e o Atlético passou para a semifinal pelo conjunto da obra.

Será que passou mesmo? Será que valeu?

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