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Depois de correr por duas horas com os velozes carros da F1 a mais de 300 km/h, os pilotos têm outro desafio minutos depois de sair do cockpit: encarar perguntas de dezenas de jornalistas dos quatro cantos do mundo. Normalmente, estas entrevistas já são bem concorridas, mas aqui em Spa-Francorchamps o que chamou a atenção foi que a mira da mídia não estava no cada vez mais impressionante Daniel Ricciardo, da Red Bull, vencedor do GP.

A marcação cerrada estava no alemão Nico Rosberg, o segundo, que recebeu o dobro de perguntas na entrevista oficial. Todas eram formuladas de uma só maneira: como será o clima na equipe Mercedes após o incidente na segunda volta, quando ele e Lewis Hamilton se chocaram?

Quem mais "bateu forte", claro, foi a imprensa inglesa, uma tradição de nossos colegas do Reino Unido, que fazem isso sempre com os rivais dos pilotos britânicos: Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Felipe Massa sofreram esta "inquisição" nos últimos anos.

Pelo tom das perguntas e o jeito como Hamilton falou em Spa, a Mercedes terá de trabalhar forte para conter o clima ruim. No GP anterior, na Hungria, as coisas eram mais "simples", com pedidos via rádio, reuniões externas etc. Agora o acidente foi visto por todos e o julgamento, muitas vezes, é parcial justamente por haver torcida – caso dos britânicos, que, junto com outros fãs, vaiaram Rosberg no pódio.

Em minha visão, foi um típico caso de "acidente de corrida", tanto que a FIA, a quem já critiquei pelo rigor, desta vez não aplicou punição. O problema é que, quando um "acidente de corrida" acontece entre dois companheiros de equipe, a situação complica. Quando estes dois são os únicos com chance de título, pior ainda.

Após a corrida, fui ao motorhome da Mercedes atrás de depoimentos de Toto Wolff. Poucas vezes vi uma entrevista tão disputada após um GP! Não por menos. Todos querem saber se a política de liberdade total para os pilotos vai mudar a partir de Monza. O discurso, por enquanto, é de contenção de crise. "Vamos analisar, conversar internamente, etc". Mas este colunista aposta em uma mudança de postura, sim. Por parte dos pilotos e da própria equipe. Esta hora ia chegar: afinal, há apenas um campeão por ano. E, assim, a guerra finalmente está declarada!

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