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O futebol brasileiro, sim, esse comandado por cartolas ultrapassados, mais apaixonados do que comprometidos com os clubes, vive um estado de esquizofrenia pura. Se dispõe a pagar salários astronômicos e eleva à condição de doutores técnicos inexpressivos, com currículos extremamente pobres.

Na urgência, entre uma demissão e outra, aceita goela abaixo contratar uma comissão técnica numerosa, dispendiosa e, em alguns casos, desnecessária. Um pacotão de luxo que se o time tirar a "sorte grande" vem acompanhado de um filho, um primo ou um sobrinho do candidato a mestre. Nepotismo puro.

O mesmo cartolão, porém, não pensa duas vezes em despedir o "professor" tão longo pinte uma sequência de resultados negativos. Série que, diga-se, pode ser de apenas uma dupla de jogos. Como brinde, o dirigente ainda tem de arcar com a multa rescisória nada desprezível, enquanto o treinador volta à prateleira, à caça de mais um desesperado. Sempre existe um.

É a essência dessa lógica masoquista que norteou as recentes demissões de Vinícius Eutrópio, no Figueirense; Caio Júnior, no Criciúma; e Paulo Autuori, no Atlético-MG. E deixa na corda bamba nomes como Gílson Kleina (Palmeiras), Ney Franco (Vitória) e Enderson Moreira (Grêmio), para restringir o grupo. Tudo isso com apenas quatro meses do ano e duas rodadas do Brasileirão fechados.

Enquanto isso, lá em Brasília, os clubes passam o pires em busca de uma nova lei que permita parcelar essa dívida bilionária, reeditando as Timemanias e os Refis da vida. Outra colher de chá de um país acostumado a perdoar por amor, sem nunca pedir nada em troca.

Para não ficar em cima do muro, dos seis nomes citados logo acima, apenas Autuori tem um currículo com mais linhas. Mesmo assim, emendou em sequência três trabalhos fracos. O restante, com um contorno aqui e outro ali, pertence ao grupo das apostas com pouco (ou nenhum) título. Todos com salários irreais para mais de 95% da população deste mesmo país tão generoso. Mas que estão aí, em busca de um lugar ao sol. E de um dirigente desesperado disposto a raspar um pouquinho mais os combalidos caixas dos clubes. Sempre existe um.

Vila Capanema

A primeira notícia foi animadora. Vitória por 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa no Maranhão. Mas logo veio o revés em casa para o concorrente direito Joinville (3 a 2) e as saídas de Paulinho e Fernando Gabriel, devolvendo o torcedor tricolor à realidade. Uma rotina que acompanha o Paraná há pelo menos sete anos. E que, deste jeito, parece que dificilmente chegará ao fim. Uma pena.

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