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Tudo bem que o assunto da vez é a Copa de 2014. Afinal, faltam apenas 303 dias para a cerimônia de abertura e o país segue um canteiro de obras para o Mundial de futebol.

Mas confesso que a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 (daqui a 1.088 dias) preocupa mais e me faz ver a organização do evento como um copo meio vazio. Especialmente pelo que acontece nos bastidores. A cada dia recebo uma notícia que me faz levantar a sobrancelha.

A que publicamos hoje (veja na página 6) foi o descredenciamento do Ladetec como laboratório autorizado a realizar exames antidoping pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Claro que para os Jogos o Ladetec estará operando com alta qualidade, mas como vai ser depois da Olimpíada é um mistério – perguntei isso ao Ministério do Esporte, mas com todos em reunião no Rio ontem, teremos de aguardar a resposta.

Ainda não decidi o que é mais lamentável nesse caso: se o fato de que apenas cinco anos depois de ser modernizado para o Pan de 2007 o laboratório está defasado a ponto de não garantir resultados seguros ou se é saber que o laboratório não é usado pelas confederações nacionais porque o custo é mais alto do que os de laboratórios estrangeiros, como o de Montreal (Canadá).

Mais uma: ontem fiquei sabendo que o velódromo do Rio, construído para o Pan de 2007, retirado de onde estava no início do ano, não vai mais ser transferido para Goiânia (GO) porque a prefeitura da cidade não garantiu um projeto para o uso da pista.

Esse velódromo custou R$ 14 milhões e, depois de apenas cinco anos está sem utilização. É a única pista em madeira e padrões internacionais do país. Além do dinheiro jogado fora, os atletas de elite não têm onde treinar.

Outra: nos últimos dez dias, ouvi de Giba e Ricardinho a mesma frase: o vôlei masculino brasileiro sofre com a falta de investidores porque o foco principal das empresas foi investir em ações de marketing para a Copa. Mesma reclamação de atletas, técnicos e dirigentes de várias modalidades.

Se alguém esperava o desenvolvimento do marketing esportivo no país com a vinda dos dois megaeventos, melhor não se manter tão esperançoso. Com algumas exceções, tudo aponta que seguiremos contando com investimentos de curto prazo, daqueles que os atletas conseguem apenas no ano olímpico.

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