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Atleticon y Paranito se reencontram hoje, depois de longo inverno. Onde um estava, o outro não podia estar, feito Feitiço de Áquila, aquele filminho romântico da metade da década de 80, em que a bela se transforma em um falcão durante o dia e o belo em lobo à noite, de modo que ficavam impossibilitados prum rala-rala – o filme pode ser ruinzinho, mas é simbólico.

A última vez que deram um com o outro foi no Paranaense do ano passado, 3 a 2 pro Atlético, cuja classificação final derrubou o Tricolor à Segundinha estadual – um fiasco que... deixa pra lá.

Como o Atlético estava com saudades do time da Vila, resolveu cair pra Segundona do Brasileiro e hoje terão um tranco valendo ascensão ou queda pro G4, grupo distante quatro pontos do Rubro-Negro e sete do Tricolor. Só vitória interessa a ambos, por supuesto. Empate deixaria os dois abraçadinhos no meio da pista, dançando ao som de marcha fúnebre.

Drubscky, o professor estagiário do Furacão, colocará seu universo tático na base do 4-4-2 à prova pela primeira vez diante do tradicional rival. Ricardinho, pedagogo-boleiro dos tricolores da Vila, também fará seu début no clássico. Não é letrado como Drubscky, mas sabe muito bem o que é um 4-4-2 e o peso que uma vitória desse tipo acrescenta em seu currículo – ainda de poucas páginas. Ricardinho e Drubscky são dois novatos (ou quase) disputando a mesma bola.

Todas as previsões do tempo garantem um sábado ensolarado, como vem fazendo há dias em Curitiba – pra nossa risonha surpresa. Um veranico muito bem-vindo. São Pedro, o guardião das torneiras celestiais – ele é quem manda, é o manda-chuva acima de dois mil metros –, segundo ainda as previsões, agendou chuva só pra domingo e, chequem seus guarda-chuvas, se estenderá pela semana toda.

Portanto poderemos ter um belo clássico, com a Vila abarrotada com as cores alviceleste-rubro-negras reluzidas pelos raios de sol da tarde. Só precisaremos torcer para que os jogadores corroborem com o clima favorável e façam uma partida à altura, de preferência com muitos gols. Nada de zero a zero, por favor. 0 x 0 é xoxo, digo, chocho. Se der empate, pelo menos 2 a 2 pra cima. Caso sair um vencedor, placares como 3 a 2 ou 4 a 3 são garantia de satisfação da clientela.

Este já velho cartunista – e dublê de cronista esportivo – deseja um excelente clássico, na paz, na bola, na buena. Vale xingar o juiz, vaiar jogador ou o time inteiro; não vale levar ódio, recalques e frustrações a um clássico tão valoroso, esperado e simpático como este.

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