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O bang-bang segue. Saem os paus, cadeiras, tripés de máquinas fotográficas, cacetetes e entram, agora na arena da retórica, as papeladas, muita papelada, quilos de papéis, argumentos e contra-argumentos, veja bem, não é bem isso, foi assim ó, para tentar minimizar o castigo que inevitavelmente cairá sobre as costas apunhaladas do Coritiba, no episódio bárbaro no apagar das luzes do Brasileirão deste ano que ora finda deixando muita querela e pouca – ou quase nenhuma – saudades.

O tamanho da punição saberemos hoje, depois da batalha cerebral no STJD, entre acusador e acusado. Pena virá, certamente. Penas ainda deverão vir, aplicadas a torto e a direito e para todos os lados, em torno do assunto torto e errado "A Guerra do Couto", sobrando respingos para culpados e inocentes – pensando bem, não há inocentes; todos têm um dedo ali. Uns o médio, outros o indicador. Uns o mindinho.

Crianças, educação se faz apontando o certo e o errado. O certo ganha presente reluzente do Papai Noel. O errado chupa o dedo – de modo geral o polegar. Sanções são educativas. Momento de reflexão. Os pais deste cartunista – e dublê de cronista esportivo – o educaram com palavras, silêncio, afagos, chinelos, beijos, cintas e quarto chaveado (quando de infração mais grave).

– Vai ficar a tarde todinha trancado aí!

– Não, mãe. Me bate, mas me tire daqui! Quero ir jogar bola!

– ...

* * * * *

As organizadas do Alviverde fizeram graves travessuras e pedem pelo amor de Deus não me bate, sou pai de família, tenho dois filhos para criar (como se viu na tevê quando um deles foi retirado à força policial do conforto de seu lar). Mal sabe ele que a criança que precisa ser criada, educada, é ele próprio.

De modo geral é este o perfil desses sujeitos, recrutados para formar uma torcida não para um clube de futebol, mas para torcer para eles mesmos: crianças em corpos de adultos. Precisam ser educados. E a Lei, com maiúscula, tem de fazer o papel dos pais: dar chinelada, cintada e trancar no quarto.

* * * * *

Os grupos organizados do Paraná e do Atlético estão apreensivos com a possibilidade do Papai Lei também lhes trancar no quarto. Acham injusto que também paguem pelas peraltices dos coirmãos, como se não aprontassem das suas.

Se o castigo vale para um fi­­lho, vale para todos.

Resumo: necessário, por período indeterminado, chaveá-los para, no escuro e imobilidade do quarto, refletirem sobre seu verdadeiro papel de torcedor de um time de futebol. Se é que eles desejam isso mesmo.

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