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Foi uma pena. A impressão que deu no primeiro tempo é de que o Coxa sairia de Barueri com o título já bem encaminhado. Uma pena. O Palmeiras, naturalmente mais forte em seus domínios, contou ainda com o auxílio luxuoso de Wilton Pereira Sampaio, o dono do apito. Wilson entende tanto de apito quanto eu entendo de mecânica quântica. Está na profissão errada. Se gosta assim de apito, poderia se sair um bom agente de trânsito.

Se o Coxa perdeu o título no ano passado pro Vasco, que fez 1 a 0 no Rio, reverter estes 2 a 0 do Porco será ainda mais complicado. Ainda que saibamos que o time de Felipão é bem limitado, fazendo das bolas paradas de Marcos Assunção sua principal jogada – é só ele ajeitar a bola pra bater que a torcida adversária destrói as unhas em segundos.

Mas a recordação daquele antológico 6 a 0 no Porco, na edição do ano passado da Copa do Brasil, dá um alento à torcida do Alto da Glória. Metade desse placar e a inédita e encantada taça fica no Couto.

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Depois de 14 vitórias e apenas um empate, o Paraná Clube é campeão da Segundinha e está de volta à Primeira Divisão do Estadual. Não foi mais do que obrigação, como se disse à exaustão, mas assim mesmo, convenhamos, não foi fácil. E isso feito com uma bela campanha. A sequência de jogos foi vertiginosa, com jogos do Estadual e Brasileirão lado B encavalados. Tem mais três partidas para se manter campeão invicto, e Ricardinho já avisou que vai usar apenas reservas. Daria inclusive para mandar roupeiros e massagistas para cumprir a tabela. É o título inaugural da carreira de Ricardinho. E o primeiro título a gente nunca esquece.

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A gente observa que torcedores de nossos times têm aversão a conterrâneos que torcem para times de outro estado, sobretudo São Paulo e Rio. Estamos carecas de saber que o Corinthians tem a maior torcida no estado. O alento, entre nosotros, é que na capital o "Curíntia" perde de goleada, com uma torcida inexpressiva por aqui, apesar de a gente ver, em jogos do Timão, bares abarrotados de "loucos".

Muitos corintianos do interior, sobretudo do Norte, são mi­­grantes de outros estados, em particular São Paulo. No Oeste e Sudoeste a maioria é torcedor da dupla Grenal. Muitos deles são filhos de gaúchos, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que subiram pro Paraná, com mala e cuia de chimarrão, em busca de melhores oportunidades. Fui um deles; passei a infância em Cascavel, e minha família torcia pro Colorado. Só soube da existência de Coritiba, Atlético e Paraná quando vim pra capital, aos 15 anos. O Paraná foi e ainda é um estado hospedeiro, com população composta, em grande parte, por gente de fora. Pergunte pra dez pessoas na rua de onde são. Talvez você tenha sorte de encontrar um curitibano. A maioria é curitibano paraguaio, como este cartunista.

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