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Hoje, mesmo se o Brasil tivesse um timaço, correria grandes riscos de jogar mal e/ou perder. Mas não são somente os brasileiros que terão problemas com a altitude. Também terão os equatorianos que atuam fora do país.

Vi, pela tevê, a seleção treinar bastante os fundamentos técnicos. Não dou nenhuma importância a esses treinos em uma seleção. Ainda mais contra cones de obstáculos. Isso é ótimo para clube, principalmente nas categorias de base.

Não se aprende nem se aprimora os fundamentos com poucos treinos. Muito melhor é ensaiar situações de jogo, como marcar mais na frente, mais atrás, treinar bolas paradas, se posicionar bem na defesa para receber o contra-ataque, quando estiver atacando, e no ataque, quando estiver defendendo, e tantas outras. Mas vão dizer que não há tempo, pois precisam fazer os "bobinhos" e os inúteis treinos de dois toques, em campos pequenos e com jogadores fora de posição.

Felipe Mello vai jogar ao lado de Gilberto Silva. Deveria ser um ou outro. Contra a Itália, os dois marcavam muito atrás e pelo meio, Elano marcava pela direita, e ninguém marcava o avanço do lateral-direito italiano. Como o Brasil venceu, tudo foi uma maravilha.

Com o canhoto Anderson, um pouco mais pela esquerda e no lugar de Gilberto Silva ou de Felipe Mello, a marcação no meio-de-campo ficaria mais bem dividida. Além disso, Anderson tem mais mobilidade e habilidade para passar rapidamente de uma intermediária à outra. Ele jogou muito bem contra Portugal e tem evoluído no Manchester United. Na hora em que o Brasil tem a perspectiva de possuir um grande talento no meio-de-campo, Dunga coloca o jogador na reserva.

Dunga enxerga a seleção atual com o olhar da seleção campeã em 1994, quando a equipe tinha dois excelentes armadores defensivos, ele e Mauro Silva. O futebol mudou. Todo o mundo quer armadores que marquem e ataquem. Não há mais lugar para dois armadores quase só defensivos, um ao lado do outro. No máximo, um. A não ser em momentos especiais, quando o time recuar para contra-atacar.

Gostei da escalação do restante do time. Se Kaká jogasse, Ronaldinho ficaria na reserva. Ninguém ficaria indignado. Nem Ronaldinho.

Continua o mistério sobre a intensa e rápida queda de Ronaldinho, com 28 anos. Não há mais desculpa que ele está em recuperação física. Entre as milhares de explicações que já li e ouvi, a que mais me agrada é a de que Ronaldinho teve um trauma, uma ruptura emocional após o fracasso na Copa de 2006, quando era a grande estrela mundial, e nunca mais se recuperou.

Esses traumas, perdas, de pessoas queridas ou de um grande fracasso profissional, são comuns em qualquer atividade e, às vezes, ignorados ou negados pelas pessoas. O luto por essas perdas pode ser passageiro, prolongado ou para sempre. Seria como se um atleta perdesse a chave do cofre onde estaria a chama que iluminasse e incendiasse seu talento.

Ronaldinho precisa de ajuda psicológica. Ele e as pessoas mal informadas e/ou preconceituosas não acreditam nisso. "Não sois máquinas! Homens é que sois!" (Charles Chaplin).

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