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Tragédias em estádios de futebol

Os distúrbios de Port Said, Noroeste do Egito, entram para rol de tragédias nos estádios de futebol.

Relembre outros casos de confrontos e mortes.

Relatos

"Parecia guerra", informou Mohammed Abu Trika, um dos jogadores do time do Al Ahly, que escapou ileso da tragédia ocorrida durante a partida contra o Al Masry.

"Não havia ninguém para nos proteger", acusou o meia Mohamed Barakat.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também já se manifestou sobre a tragédia, dizendo estar "muito chocado e triste" com a notícia e mandando suas condolências aos familiares das pessoas que morreram em Port Said.

"É um dia negro para o futebol. Uma situação catastrófica como essa é impensável e não deveria acontecer", afirmou o dirigente suíço.

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Após tragédia, federação suspende campeonato

Após a confusão em Port Said, que resultou na morte de 74 pessoas após partida entre Al Masry e Al Ahli, a Federação Egípcia de Futebol decidiu suspender o campeonato nacional. A decisão é por tempo indeterminado.

O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Samir Zaher, que pediu às autoridades egípcias investigação contundente do caso.

Pelo menos 74 pessoas morreram e 248 ficaram feridas no confronto entre as torcidas de duas equipes de futebol em Port Said (nordeste do Egito), nesta quarta-feira (1°). A polícia prendeu 47 pessoas. A confusão aconteceu após uma partida entre as equipes do Al-Masry (time local) e do Al-Ahly (do Cairo).

O delegado de Saúde da cidade, Helmy Ali al-Atny, explicou que a maioria das vítimas sofreu fraturas no rosto e hemorragias internas. Além disso, um grande número de feridos foi internado por quedas das arquibancadas do estádio.

Veja as fotos do confronto no estádio egípcio

Vídeo mostra confusão dentro de estádio

Fontes da Polícia egípcia disseram à Agência de Notícias Efe que a situação agora está sob controle da polícia e do exército.

O chefe da Junta Militar egípcia, Mohammed Hussein Tantawi, enviou dois helicópteros militares a Port Said para levar ao Cairo a equipe e torcedores do Al-Ahly devido ao risco de mais agressões contra o time visitante - o envio dos helicópteros responde a um pedido expresso do clube do Cairo, segundo fontes próximas ao time.

O exército já começou a retirar os torcedores do Al-Ahly em ônibus protegidos por veículos blindados das Forças Armadas.

No entanto, segundo a agência de notícias "Mena", os estabelecimentos comerciais fecharam as portas em Port Said após vários atos de vandalismo. Já os serviços de saúde começaram a pedir doações de sangue entre os moradores da cidade.

O presidente da Assembleia do Povo (câmara baixa do Parlamento egípcio), Saad al-Katani, convocou uma sessão de emergência para esta quinta-feira para debater os incidentes de Port Said. Segundo a televisão estatal egípcia, a Procuradoria abriu uma investigação dos distúrbios.

A repercussão dos enfrentamentos chegou imediatamente a outros estádios do Egito, como aconteceu no jogo entre Zamalek e Ismaily, suspenso no final do primeiro tempo pelo árbitro. Revoltados, os torcedores desta partida atearam fogo nas cadeiras.

A torcida do Al-Ahly, mais conhecida como "Diabos Vermelhos", tem fama de ser muito radical. Já protagonizou vários confrontos com a polícia durante os protestos políticos na praça Tahrir, no centro do Cairo, em meio aos protestos de janeiro e fevereiro do ano passado, que derrubaram o presidente Hosni Mubarak.

No entanto, segundo testemunhas disseram à Efe, foram os torcedores do Al-Masry que provocaram o confronto, pois teriam invadido o campo após cada gol da equipe local (que venceu por 3 a 1) e também após o fim da partida.

Empolgados pela vitória sobre o atual campeão nacional, que estava invicto na competição, torcedores do Al-Masry invadiram o campo e perseguiram os jogadores da equipe visitante. A torcida do Al-Ahly também invadiu o gramado, dando início ao confronto.

Em entrevista à televisão egípcia, o jogador Mohamed Abou-Treika, do Al Masry, disse que os policiais nada fizeram para proteger os jogadores da invasão. "Nos abandonaram, não nos protegeram", disse o atleta.

Outro jogador, Mohamed Barakat, relatou, também à TV do Egito, o cenário de guerra no estádio. "Estamos vendo cadáveres. Não há policiais, o pessoal do Exército para nos proteger", disse ainda dentro do gramado.

Momento em que os torcedores invadem o campo

Torcedores são socorridos no vestiário do Al Ahli

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