Convidado por Carpegiani, Riva de Carli pode deixar o Atlético-PR

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O preparador físico Riva de Carli, do Atlético Paranaense, pode ir pra o São Paulo. Ele confirmou à Gazeta do Povo que recebeu um convite "extra-oficial" do próprio treinador Paulo César Carpegiani (ex-técnico do Furacão) e uma nova conversa foi combinada. Além de Carli, outros profissionais estão sendo sondados pelo clube paulista para substituir ao paranaense Carlinhos Neves, que se dedicará exclusivamente à seleção brasileira junto com o técnico Mano Menezes.

"No domingo à noite, após o jogo, o Carpegiani fez um contato comigo. Fizemos um bom trabalho juntos e ele mostrou interesse em contar comigo no São Paulo. Na verdade ele me perguntou se haveria a possibilidade de eu ir para lá, mas não teve proposta oficial. Foi apenas esse contato. Por enquanto ficou nisso", disse Carli, por telefone.

Carli deixou bem claro que não aconteceu nenhuma proposta oficial, portanto, nem levou o caso para a diretoria atleticana. "O presidente do Atlético nem esta aqui e ficou apenas na especulação por enquanto. Mas se vier claro que levarei para ele para discutirmos. É uma relação profissional. Não tem segredo. Fazem a proposta, aceita-se ou não", disse o preparador físico que tem contrato com o Furacão até o final de 2011.

Acima de tudo Carli se disse envaidecido com a lembrança. Para ele, é um reconhecimento difícil de acontecer para profissionais da sua especialidade. "É importante ser lembrado. A preparação física não é muito falada, é um trabalho que é feito lá atrás, longe do front. É importante para todo o profissional ser valorizado e ser procurado por outras equipes. Todo profissional quer isso. Fiquei feliz com o convite", confessou.

Um possível aceite de Carli poria fim (ou interromperia) uma parceria que, entre idas e vindas, já dura 16 anos. "Independente de qualquer coisa, tenho um compromisso em vigência com o Atlético. E isso é importante. É um grande clube e tenho um vínculo muito forte. Passei por momentos difíceis e muitos de muita alegria aqui".

A diretoria do Atlético diz conhecer o interesse do São Paulo. "Na semana passada o Riva tinha falado que o Carpegiani ligou para ele e tal. Hoje falei com o Riva. Ele não tem vontade de sair daqui. Ele está em casa e tem um acordo com o Marcos de ficar até o final do mandato do Marcos. Acho difícil, mas pode acontecer. O Carpegini não ia sair também", disse o diretor de futebol Valmor Zimermann.

O vice-presidente do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, comentou o assunto. "O preparador físico normalmente é uma opção do treinador. Ele sugeriu, mas temos que ver se é viável e se cabe dentro dos custos do clube. Devemos definir isso em uma semana ou mais próximo do Natal", disse.

Mais importante que títulos

O foco dos times de futebol é sempre o título. Em todos os campeonatos, conseguir a primeira colocação é o objetivo, embora se saiba que nem sempre o grupo tem a qualidade necessária para tal. Para um jogador o foco é uma convocação pra a seleção, a consagração como melhor do mundo ou coisa que o valha. Para o preparador físico os objetivos pessoais são um pouco diferentes.

"É muito saboroso ver um jogador que começa do nada se tornar um grande atleta. Títulos são conseqüência de um grupo bem em vários aspectos, entre eles o físico. O que mais me orgulho é ver um atleta se realizar na carreira após ter conquistado sua melhor condição física com a gente. Não produzimos um jogador, mas sim forjamos verdadeiros atletas de futebol", disse Riva de Carli.

Riva lembrou com saudade suas realizações pessoais no Atlético. A campanha do time em 2005 e os três anos de trabalho (entre 1999 e 2001) que culminaram com o título do Campeonato Brasileiro não poderiam ficar de fora das saudosas lembranças. "O Atlético tem como filosofia formar jogadores. O clube depende disso. Vários puderam se preparar com a gente e ganharam ou retomaram seus espaços no marcado. Lucas, Gabiru, Alberto, Kelly, toda a turma de 99, 2000 e 2001, Paulo Rink e Oseas. Enfim, muitos dos quais me orgulho de ter ajudado", concluiu.

De qualquer forma, Carli acha que o seu trabalho no Atlético nunca pode ser considerado concluído. "Estamos sempre buscando mais".