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Novo dono da braçadeira de capitão na França, o lateral-esquerdo Patrice Evra não esconde de ninguém a alegria às vésperas da estreia na Copa do Mundo. Ele sabe, no entanto, que o continente africano também lhe traz memórias dolorosas. Nascido no Senegal, o jogador de 29 anos esteve no país pela última vez aos 10. E ainda não se sente confortável para retornar. O motivo: feridas do racismo.

"Eu era chamado de "macaco que rasteja" na frente dos homens brancos. Já se passaram 19 anos e ainda preciso de um incentivo para voltar ao Senegal", afirma Evra, que treina com a seleção francesa na cidade de Knysna, na África do Sul.

O jogador afirma que teve o apoio da família quando decidiu atuar pela França, e não pelo país natal.

"Cresci convivendo com a cultura senegalesa dentro de casa. Mas quando precisei fazer a escolha, meu pai me disse para seguir o que o coração dizia", relata.

Apesar dos problemas na infância, Evra se diz satisfeito por disputar um Mundial na África e espera que a competição renda bons frutos para o continente. O sonho do lateral é levantar a taça para homenagear o pai.

"Costumo conversar sobre a Copa com o meu pai. Ele tem 81 anos, está doente e disse que me ver erguendo a taça seria o maior presente que poderia ganhar antes de ir para o céu. Quero ganhar o título para a França e espero que seja uma grande festa para o futebol africano", conclui.

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