• Carregando...
O sueco Sven-Go­­ran Eriksson, técnico da Costa do Marfim, foi sabatinado ontem por jornalistas brasileiros em Vanderbijlpark | Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial
O sueco Sven-Go­­ran Eriksson, técnico da Costa do Marfim, foi sabatinado ontem por jornalistas brasileiros em Vanderbijlpark| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo – enviado especial
  • Entenda o esquema tático da Costa do Marfim

Antes de assumir seu lugar na bancada de entrevista Sven-Go­­ran Eriksson passa por uma legião de jornalistas brasileiros na acanhada sala do Riverside Hotel, a concentração da Costa do Marfim na África do Sul. Brinca com um, com outro e, antes de abrir o microfone, passa a mão nos cabelos grisalhos como quem se prepara para um interrogatório.

Com a experiência de ex-co­­mandante da Inglaterra por seis temporadas (2001-2006), o treinador sueco se livra com desenvoltura da sabatina. Responde as 16 perguntas, a maioria de repórteres do Brasil, sem cara feia. Não chia nem de falar de sua arma secreta para o confronto com o time de Dunga: Didier Drogba. Pelo contrário. Rasga elogios ao jogar que mais gols fez com a camisa da Costa do Marfim – 41 bolas na rede em 69 jogos, de acordo com a Fifa. "Posso falar de Drogba com tranquilidade. Fui eu quem bancou ele", diz, abrindo o sorriso.

Eriksson faz referência à contusão recente sofrida pelo camisa 11. Drogba fraturou o braço direito no início do mês, em um amistoso preparatório contra o Japão. Operou e retornou à seleção, por insistência do técnico, como se nada tivesse acontecido. Ou quase isso. Perdeu ritmo de jogo. Mas, como há uma dívida de gratidão, o atacante irá para o sacrifício. Estará em campo desde o início no decisivo duelo de domingo, às 15h30 (de Brasília), no Soccer City. Um revés combinado com uma vitória de Portugal sobre a Coreia do Norte deixa os Elefantes em situação muito complicada no grupo G. Por isso a dependência de Didier. Por isso Didier acatou o chamado.

"Ele jogou 25 minutos contra Portugal e foi muito bem. Se tudo ocorrer conforme o planejado, irá jogar bem mais tempo contra o Brasil. Não se surpreendam se ele começar a partida. Seria muito bom para nós", afirmou o treinador, praticamente descartando a possibilidade de lançar um plano B – Gervinho no caso, titular no empate por 0 a 0 com Portugal. "Se você perguntar aos adversários se eles preferem enfrentar Drogba ou qualquer outro centroavante do mundo, a resposta será a mesma. Ninguém quer enfrentá-lo. Drogba é o Drogba. Um gran­­de goleador, experiente, ex­­tre­­ma­­mente forte, que pode disputar as bolas no alto com qualquer za­­gueiro. O respeito dos de­­fensores com ele é maior", acrescentou.

Empolgado com as perguntas do setor verde e amarelo, o maior do espaço, o sueco não se fez de rogado. Analisou o time de Dunga – e o próprio Dunga, seu jogador na Fiorentina entre 1988 e 1989. "Foi um grande jogador, sem dúvida. Tive o privilégio de treiná-lo e também de treinar o Falcão [na Roma em 1984]. Sou um privilegiado".

Já a análise sobre o rival dentro de campo foi bem mais sucinta. Repetiu o discurso pronto usado por grande parte das seleções nas vésperas do encontro com o Brasil. "É um time forte, organizado. Que tem técnica, tática e muito bons jogadores", comentou ele, que em 2002 viu a sua Inglaterra cair nas quartas de final do Mundial justamente contra a seleção brasileira. Justamente por causa da "técnica, tática e dos bons jogadores".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]