Uma multidão vai invadir hoje a Rua XV de Novembro para torcer pelo Brasil na estreia da Copa, diante da Coreia do Norte, às 15h30. A concentração será na Boca Maldita, onde desde sexta-feira os pedestres estão podendo acompanhar os jogos por um telão gigante instalado pela prefeitura.
Ontem à tarde, no empate por 1 a 1 entre Itália e Paraguai, quem passava pelo calçadão aproveitou para dar uma espiada na partida. O auxiliar de enfermagem Dorival de Oliveira, 39 anos, só entraria no trabalho às 19 horas, mas preferiu sair antes de casa, em Colombo, região metropolitana, só para ver o primeiro jogo do grupo F no telão. E hoje estará de volta à Boca. "É melhor ver aqui do que em casa, sozinho. Meus filhos estão na escola, não tenho com quem assistir. Quando saísse gol, iria gritar para as paredes. Aqui parece que estou no estádio", diz.
Mesma opinião do estudante Fernando Lira, 16 anos, que viu a partida ontem na XV com sete amigos. Eles aproveitaram a tarde livre com a dispensa do cursinho pré-vestibular para acompanhar o Mundial. "Marcamos de nos encontrar aqui. E vamos fazer o mesmo no jogo do Brasil. É muito mais emocionante assistir no meio do povo do que em casa. Tem mais clima de Copa", diz.
Penetras
Não é só a torcida brasileira que tem aproveitado os jogos na XV. Ontem, torcedores da Itália e do Paraguai dividiam espaço em frente do telão.
"Está sendo bacana, porque os brasileiros estão torcendo por nós", dizia o livreiro Alejandro Rojas, 56 anos, que mora em Curitiba. Ele assistia à partida com o filho Marcelo, 21 anos, nascido em Assunção e criado no Brasil. Além deles, outros três paraguaios viam o jogo, devidamente uniformizados.
Ao lado dos paraguaios, o estudante Fabiano Machado, 25 anos, torcia pela Itália com um poncho e um chapéu da Azzurra, mesmo sem ter ascendência italiana. "Morei cinco anos em Roma, como seminarista, e fui muito bem tratado lá. É minha segunda seleção", explica.
Hoje, porém, Alejandro, Marcelo e Fabiano estarão do mesmo lado, de verde e amarelo. "Estou no Brasil há 28 anos, meu filho cresceu aqui e minha mulher é brasileira. Metade de mim é brasileira, não tem como não torcer", ressalta Alejandro.
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