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O goleiro Tim Howard, dos EUA, foi um dos destaques da seleção no empate com a Inglaterra e estará novamente em campo no duelo com a Eslovênia | Timothy A. Clary/ AFP
O goleiro Tim Howard, dos EUA, foi um dos destaques da seleção no empate com a Inglaterra e estará novamente em campo no duelo com a Eslovênia| Foto: Timothy A. Clary/ AFP

Desdém

A Eslovênia surpreendeu a Rússia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Na África do Sul, estrearam com vitória sobre a Argélia. Agora, a equipe pede respeito. "Acharam que perderíamos as três e voltaríamos para casa. As pessoas respeitam os grandes, como Brasil e Itália, e olham para os demais com desprezo", reclamou o zagueiro Brecko. "Só que agora nós temos muito mais experiência e podemos ver que ninguém é imbatível", acrescentou. É assim, com a intenção de ser visto "com outros olhos" que a Eslovênia vai a campo. E otimista. "O nervosismo passou, toda a ansiedade desapareceu. Sabemos que somos capazes de pressionar os nossos adversários", disse o capitão Koren, autor do único gol do time no torneio.

  • Veja a ficha técnica do jogo Eslovênia X Estados Unidos

Ainda é cedo para cravar que os Estados Unidos descobriram o soccer. Mas não é difícil dizer que meio caminho já foi andado. Dois números revelam a mudança que anda em curso no país que inventou um futebol para chamar de seu, o futebol americano. No sábado, aproximadamente 13 milhões de ianques pararam em frente ao televisor para assistir à es­­treia do país na Copa do Mundo – 1 a 1 com a Inglaterra, uma das candidatas ao título. O ti­­me volta a campo hoje, às 11 horas (de Brasília), para enfrentar a Eslovênia.

Outros 130 mil norte-americanos compraram ingressos para assistir Donovan e seus companheiros in loco, descartando a sugestão dada pelo go­­ver­­no federal para que não viajassem devido à insegurança na África do Sul.

Há, além dos recentes resultados expressivos como o vice-campeonato da Copa das Con­­fe­­de­­rações no ano passado (perdeu a final de virada para o Brasil), um senhor de 52 anos por trás da transformação. Bob Bradley, um obcecado pelo soccer, assumiu a seleção após o fracasso da equipe no Mun­­dial de 2006, em substituição a Bru­­ce Arena, um de seus professores.

Bradley aprendeu futebol na universidade. Primeiro como jogador, em Ohio. Depois como treinador. Lá, estudou planos táticos exaustivamente. Passou pelo Chicago Fire, New York Red Bulls e Chivas USA antes de aceitar o convite da federação local. O trabalho, iniciado de maneira interina, mudou ra­­di­­cal­­men­­te o pa­­tamar dos Es­­­­tados Uni­­dos no cenário mun­­dial. O time hoje é respeitado. E, após se­­gurar a In­­glaterra, vi­­rou o candidato nú­­mero 1 ao posto de zebra da Co­­pa. "Es­­ta­­mos trabalhando, conscientes do que ainda precisamos fazer. A Eslovênia é um adversário com muitas qualidades", disse ele, usando uma frase que bem poderia ter saído da boca de Dunga.

Os dois são parecidos. Não fazem muita questão de agradar, especialmente a imprensa. Bra­­dley abusou das respostas curtas na entrevista de on­­tem. Evitou entrar em detalhes. Permitiu que apenas dez minutos do trabalho fosse filmado. Depois, ordenou que os portões do Ellis Park fossem fechados. "Qual­­quer erro po­­de nos tirar do torneio. É preciso muita in­­te­­ligência du­­ran­­te o jogo", disse Carlos Bo­­ca­­negra, capitão do EUA, recebendo a concordância do "pro­­fessor". Por isso o mistério.

Fora de campo, ontem, a presença dos EUA para o treino de reconhecimento do gramado mudou o esquema de segurança do Ellis Park. Os policiais foram bem mais exigentes. Logo na entrada, uma demorada inspeção do carro e das malas. O "normal" seria so­­mente a passagem pelo raio X.

Ao vivo

Eslovênia x EUA, às 11 h, na RPC TV, Band, BandSports, SporTV e ESPN Brasil.

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