• Carregando...
Centro de treinamentos do Mamelodi Sundowns, principal clube da África do Sul: campo esburacado, arquibancada sem várias  tábuas e falta de equipamentos | Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial
Centro de treinamentos do Mamelodi Sundowns, principal clube da África do Sul: campo esburacado, arquibancada sem várias tábuas e falta de equipamentos| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial

A derrota por 3 a 0 para o Uruguai deixou a África do Sul muito perto de ser o primeiro país anfitrião de uma Copa do Mundo a deixar a com­­petição já na primeira fase. Para o time de Parreira, a última es­­perança é vencer a França e torcer por um resultado paralelo que englobe, também, o saldo de gols. Difícil.A situação do time de Parreira, contudo, é facilmente explicável. A Gazeta do Povo foi conhecer a sede do Mamelodi Sundowns, que pode servir como referencial para descrever o futebol do país do Mun­­dial 2010.

O time sul-africano é quem mais jogadores cedeu ao selecionado de Carlos Alberto Parreira. Foram quatro atletas: os zagueiros Siboniso Gaxa e Matthew Booth, os atacantes Suprise Moriri e Katle­­go Mphela.

É também a equipe que mais vezes venceu a Premier League sul-africana. Desde a criação da competição, em 1996, foram cinco títulos, dois a mais do que o Super­­Sport United, que levantou a taça três vezes. E poderia ser mais, já que foi justamente para o United que o Sundowns perdeu o campeonato que se encerrou em março, por apenas um ponto de diferença.

E, dizem, é quem melhor paga salários por aqui. Já chegou até a causar uma revolta de seus concorrentes. Mas quando se chega ao centro de treinamentos do principal clube local, a estrutura deixa muito a desejar.

Ok, o terreno até é grande, mas tem uma edificação que parece um casarão antigo e os campos são esburacados. Não imagine equipamentos médicos, nem mesmo uma piscina.

Mal cuidado, até tem uma ar­­quibancada, mas que está totalmente inutilizada. Os bancos são tábuas, algumas até já desapareceram. Também não há refeitório, e quando o treino ocorre em dois períodos, os jogadores vão para casa antes do almoço e voltam depois.

"Esse é um dos melhores centros de treinamentos da África", afirma David Gideon, funcionário do clube há cinco anos, e um dos poucos a ainda frequentar a sede em época de Copa do Mundo.

Desde o fim do calendário, em maio, o local está sendo apenas conservado. O técnico da equipe foi mandado embora. Nada me­­nos do que o búlgaro Hristo Stoich­­kov, goleador do Mundial em 1994.

"Estávamos esperando jogar contra o Brasil, mas infelizmente não deu certo", completa Gideon. O amistoso chegou a ser noticiado na revista mais popular de futebol por aqui, a Kick off, mas acabou não saindo do projeto. A CBF escolheu Tanzânia e Zimbábue.

Curiosamente, o Mamelodi Sundowns é conhecido na África do Sul como The Brazilians (em português, Os Brasileiros). Há duas versões para isso, mas é mais fácil que seja pela segunda. Uma, por ser o time que joga de forma mais técnica, já que por aqui o futebol normalmente começa com um chutão do goleiro ou zagueiro. A mais plausível, pelas cores verde e amarela do clube.

As camisas também são produzidas pela Nike, e simplesmente idênticas à da seleção brasileira, com exceção, claro, do símbolo. E, ao menos na mentalidade, o Ma­­melodi também tem grande semelhança com os pentacampeões mun­­diais. O símbolo do clube tem o indicador apontando para cima. No muro está escrito: The sky is the limit ("O cé é o limite") .

Mas se o céu é o limite, é me­­lhor, antes, o pessoal se preocupar um pouco com o que está rolando aqui na superfície.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]